Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

UMA INTERROGAÇÃO RECORRENTE!

     UMA INTERROGAÇÃO RECORRENTE:



POR QUE OS DESLIZES LINGUÍSTICOS?

Jamais tive a pretensão de ser exímia no idioma pátrio. Nem de escrever melhor do que meus colegas de coletânea.
Sou curiosa sobre a grafia, concordância, desenvolvimento lógico do texto, adequação ao tema, pontuação, entre outros cuidados.
Uma boa formação escolar proporciona o alicerce necessário para que qualquer brasileiro, em qualquer profissão, possa se expressar adequadamente, dentro dos princípios básicos exigidos.
Sem falar que precisamos ter o hábito de consulta, pesquisa, leitura e uma amizade estreita com os dicionários. Ou seja, precisamos estar continuamente estudando. Não apenas o nosso idioma como os assuntos técnicos e científicos, ou ligados às ciências humanas, conforme o caminho, a profissão ou a graduação que escolhemos cursar. 
Nos vestibulares o peso da língua portuguesa é evidente para qualquer curso universitário que se pretenda fazer.
O que me preocupa e intriga é observar que as pessoas que se dedicam aos poemas, contos e crônicas, embora leigos, porque ainda ´procuram seu lugar ao sol, publicam  seus livros contendo erros básicos e inaceitáveis ao leitor comum.
E bastaria uma breve consulta ao Google para dirimir a maioria das dúvidas do cotidiano.
Como apreciar um trabalho contendo boas ideias e até original, se percebemos tantos deslizes no decorrer da leitura?
Há pessoas com belas inspirações, com talento evidente. Mas, ao colocar no papel o seu texto o fazem descuidadamente, repetindo palavras que admitiriam um sinônimo, ou repetindo parágrafos,sem se dar conta disso. Ou fugindo do tema proposto e enveredando por outros caminhos, não traçados para a dissertação.
O idioma pátrio agradeceria se cada escritor consultasse as gramáticas sobre as dúvidas em ênclise, próclise, mesóclise, por exemplo. Ou sobre o uso da crase, ou sobre a concordância verbal.
Notadamente, em se tratando do modo imperativo afirmativo    (aquele que sugere uma ordem ), há uma confusão incrível sobre o uso correto.
Então lemos, por exemplo:
- Leia e estuda bem viu?
O correto seria:
-Leia e estude bem,viu?
              ou;
-Lê e estuda bem,viu?
A dificuldade é saber a concordância do primeiro verbo da frase com o segundo. Ou ambos se referem à segunda pessoa ( tu ) ou se referem à terceira pessoa verbal ( ele )
Estudamos a formação do imperativo nas escolas. Mas, ao aplicar no texto, o escritor deve observar como aplicar de acordo com a regra.
Essa minha ''causa perdida'' é um motivo de preocupação contante de outros escritores atentos ao bom desempenho literário.
Tenho lido muitos volumes contendo prosa e verso, eivados desses deslizes, mais ou menos graves.
Creio que se houvesse esse empenho de consultar dúvidas quando necessário, as obras literárias e seus autores seriam melhor absorvidos em sua totalidade.
Tenho ouvido dizer que não se pode contaminar a espontaneidade  do poeta, não se pode tirar o estímulo ou quebrar a inspiração ditando regras.
Mas, particularmente, creio que a inspiração não se perde. Ao contrário, se lapidada nos moldes do idioma pátrio, enriquecerá o conteúdo e a própria cultura, no âmbito geral.
Para tal fim existem os revisores de texto. Mas não são solicitados, muitas vezes. E o texto acaba sendo publicado da mesma forma .
Volto a repetir o que  falei, sobre o fato de não querer ser melhor do que ninguém.  Não busco elogios e nem benesses pessoais.
Sinto que seria possível aprimorar o idioma com um pouco de boa vontade, com campanhas sobre o seu bom uso, diversificando os locais de oficinas literárias de iniciativa pública e, portanto, sem custos.
Todos nós sairíamos mais fortalecidos, mais conscientes, mais preocupados com a literatura como alicerce cultural.
Estou me expondo ao tratar desse tema. Mas penso que temos o direito à liberdade de expressão e ao seu exercício.
Quero deixar claro que não desmereço ninguém em particular. Consigo apreciar um bom trabalho, perceber a inspiração e o talento e nunca comento nada, para ninguém, a não ser que me consultem e queiram, realmente, uma opinião sobre uma ou outra maneira de expor o pensamento no papel.
Mesmo tentando acertar, tenho alguns deslizes de pontuação, ou sobre o emprego da crase, ou sobre o uso de alguns termos que não se usam ao iniciar uma frase.
Longe de mim ser ''o soldado de passo certo', ou a dama mais culta.
Queria apenas falar no assunto e lançar questões que talvez tenham soluções, se as quisermos buscar.
Nunca, em sã consciência, corrigi ninguém de quem comprei um livro. Cada um sabe de si. Cada um é um mundo. Não seria capaz de entristecer uma pessoa. Ao contrário, incentivo que continuem a elaborar seus textos, jogar no papel seus lamentos, tentar um conforto ao escrever seus dramas.
Sabemos: quem escreve precisa desse meio de expressão. É como respirar, beber água, se alimentar diariamente. É um modo de sobreviver com dignidade e altivez.
É  a sobrevivência do espírito dando sentido à sobrevivência do corpo físico e palpável.
'Queridos leitores, ao término desse desabafo, queiram seguir com seus projetos literários, como seguirei  com os meus próprios.
As considerações aqui feitas não têm um ponto final .
Essas precisam estar em pauta, sempre que necessário, para o aprimoramento de talentos literários que despontam dia após dia.
Precisam ser alvo de debates, discussões, estudos, seminários.
E, mais uma observação, a linguagem usada na internet, como sabemos, usualmente está sendo simplificada, reduzida e quase incompreensível.  Mas é uma maneira, talvez moderna, entre os usuários da era tecnológica que dita novos usos e costumes.
Só não  podemos deixar de ler os notáveis autores antigos e os contemporâneos. Ou nos valer só de gíria no linguajar, sob pena de transformar o idioma em  monossílabos. 
Imaginem! de uma hora para outra vamos estar gesticulando ao invés de falar.
Ou vamos nos valer só dos smartphones ou assemelhados para nos comunicar.
Deixo a cada um a possibilidade de compartilhar esse tema, ou de pensar sobre ele.
Agradeço a atenção de quem conseguiu chegar ao final desse desabafo pessoal. E ficarei feliz se, de alguma forma, tiver sido útil aos leitores.
Sou simples emissária do mundo das letras.  E desejo que não se deteriore o hábito da linguagem falada e escrita, dos bons textos de teatro, dos monólogos, dos documentários e filmes.
E quero que se multipliquem as letras que dão vida às melodias.
Mas que sejam letras bem elaboradas, com sentido e conteúdo. 
Pois as letras, feitas às pressas, hoje em dia, não mais nos levam ao mundo das fadas e duendes.



                              KATIA CHIAPPINI
      e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com

Um comentário: