Aquarela de poesias

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Poesias para você

quinta-feira, 14 de junho de 2018

DIVERSIDADE AMOROSA

                 DIVERSIDADE AMOROSA

Não sei se a idade não me deixa entender bem certas atitudes atuais e comportamentos nas relações amorosas.
Temos vários tipos de relacionamentos afetivos e, talvez, para muitos, uma vontade de experimentar sensações extremas, como em esportes radicais.
O que menos me preocupa é taxar de imoral esse ou aquele modo de viver.
Mas preocupam-me os males que ocasionam certos tipos de relacionamentos que acabam em sofrimento intenso e em morte, ocasionada por ciúmes doentios.
Mesmo que os casais a três, por exemplo, concordem nessa prática e vivam sob o mesmo teto, costumam se repetir as crises de ciúmes, quando um dos parceiros é excluído do núcleo e não aceita esse fato. Então, se a pessoa excluída tiver os nervos à flor da pele, a catástrofe se fará presente e nunca se saberá qual poderá ser o final da história.
As trocas de casais ocorrem em ambientes caros, confortáveis, com a aceitação dos atos e fatos. E ,mesmo assim, os casais saem brigando e cobrando, um do outro, porque se portaram desse ou daquele modo, como se não pudessem prever algo que os desagradaria, na hora H.
Como saber a razão dessas relações? 
Podemos amar duas ou três pessoas ao mesmo tempo?
Serão as carências afetivas a justificativa para isso?
Será a mídia a influenciar a sociedade e a impor todo o tipo de procedimentos inóspitos?
Será a teoria da conspiração a agir por trás de tudo e de todos?
Será uma tentativa de acabar com as famílias como grupo constituído em prol do verdadeiro amor?
Será o desalento com as crises sócio-econômicas e a desesperança em todas as esferas?
Difícil analisar ou tentar concluir algo a esse respeito.
Mas, preocupa-me saber que os confrontos afetivos aumentam a olhos vistos. 
Muitas vezes, os parceiros jogam os filhos, como peteca, de um lado para outro. E quem fica com eles, nem sempre os acolhe com carinho. Ao contrário, os filhos sofrem com as atitudes imaturas dos pais em relação a eles. E sofrem ao ouvir um deles falar mal do outro, sem que assumam e resolvam entre si as pendências geradas, em casos de separação.
De um lado há os homoafetivos que se relacionam bem ,que se amam. E que adotam filhos para formar uma família. Esses procuram ser felizes e se dedicam um ao outro.
De outro lado existem os que querem viver sem regularidade, sem censura alguma, sem planos de vida, sem pensar no outro, verdadeiramente. E que experimentam todas as sensações, porque sua autoestima já tomou uma via sem volta.
Mas como chegaremos a algum lugar, no futuro, se o egocentrismo exacerbado parece ter dominado o planeta?
As redes sociais levam as pessoas a se conhecerem. Num certo dia resolvem se encontrar para se perceberem ao vivo e a cores. Mas tudo acontece tão rápido que decepciona. Não se pergunta sobre o perfume preferido, não se percebe minúcias da personalidade, não se quer saber como transcorreu mais um dia de trabalho.
Há um total desinteresse sobre os planos de vida, sobre os filhos que virão, ou não virão. É um caos perceber que, as vezes, nem dá para sair do caos, sem se ferir profundamente. É como se conversar pelas redes sociais suprimisse o interesse, como se um conhecesse o outro, o que não ocorre só por digitação, obviamente.
E esse modo de agir revela o interesse em tirar vantagens nas relações, com o intuito de chegar já partindo, fingindo um afeto que se desmascara, rapidamente, devido serem as promessas, um engodo, uma  falsa premissa e uma deslavada mentira.
E diante desse panorama sombrio e de uma imagem embaçada pelo desamor, revelo algumas dúvidas que me perseguem, com constância, nesses dias tão turbulentos, onde a desesperança vinga.
- O amor ainda existe?
- Aquele amor que é um apelo sincero e cujo parceiro quer estar ao lado do outro?
- Temos ainda o que almejar a esse respeito?
Vou responder aos questionamentos que eu mesma fiz, com uma última e simples pergunta:
- Quem pode saber, se o próprio Deus não está distraído ?

KATIA CHIAPPINI



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