Aquarela de poesias

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Poesias para você

sábado, 2 de julho de 2016

MENINO DE RUA

                      MENINO DE RUA

Meninos de tantas preces
Sofrem seu drama calados
Meninos que a vida esquece 
Meninos de corpo marcado

Precisam então vender 
Balas e suas bugigangas
Para não apanhar, nem se ver 
Tratados como bois de canga

Não jogam o seu futebol
Não têm saúde e estão
Sem luz e sem farol
Meros alvos de ingratidão

Meninos tristes de rua
Morrem também de frio
Verdade tão nua e crua
Que não se vê, nem se viu

Sem gestos de amores
Buscam nova mãe ou pai
Pois se fazem desertores
Quando a fé se esvai

Se fazem alguma mutreta
São expulsos da vida
Passam a viver na sarjeta
Sem comida aquecida

Sua carências são suprimidas
Cortaram-lhes a infância
São folhas murchas e caídas
Como algo sem importância

KATIA CHIAPPINI


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