MENINO DE RUA
Meninos de tantas preces
Sofrem seu drama calados
Meninos que a vida esquece
Meninos de corpo marcado
Precisam então vender
Balas e suas bugigangas
Para não apanhar, nem se ver
Tratados como bois de canga
Não jogam o seu futebol
Não têm saúde e estão
Sem luz e sem farol
Meros alvos de ingratidão
Meninos tristes de rua
Morrem também de frio
Verdade tão nua e crua
Que não se vê, nem se viu
Sem gestos de amores
Buscam nova mãe ou pai
Pois se fazem desertores
Quando a fé se esvai
Se fazem alguma mutreta
São expulsos da vida
Passam a viver na sarjeta
Sem comida aquecida
Sua carências são suprimidas
Cortaram-lhes a infância
São folhas murchas e caídas
Como algo sem importância
KATIA CHIAPPINI
MENINO DE RUA
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