Aquarela de poesias

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Poesias para você

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

SÍNDROME DO PENSAMENTO INQUIETO

                                 Síndrome

                                       Do 

                          Pensamento Inquieto


Pensamento inquieto é aquele que está sempre em movimento, em todos os instantes.

É aquele que pode tirar o sono porque é constante e invasivo, que independe de nossa vontade.

No caso do poeta ele deriva para o lado do sentimento. 

É comum para quem escreve poemas, olhar para um letreiro na rua, para uma árvore frondosa, para um idoso caminhando lento, para uma criança que corre, ou para qualquer detalhe do trajeto que percorre habitualmente, sem elevar o pensamento para uma frase de efeito, para uma inspiração espontânea.

O poeta eleva o pensamento, sonha com um novo amor, com um desenlace recente, transformando os fatos do dia a dia em êxtase poético.

A síndrome do pensamento inquieto já nos trouxe obras de grandes poetas, de grandes pensadores da humanidade.

É possível que essa síndrome lhe traga incômodos, quando leva à distração, em ocasiões em que a atenção deve estar centrada em pautas específicas e de suma importância para o seu dia.

Até a cor de cabelo, o perfume da dama que passa, o sorriso de um catador de lixo, qualquer pequeno detalhe, pode disparar o gatilho da criatividade do poeta. 

Trata-se de um pensamento em ação e de uma atenção em alta.

O poeta não quer perder tempo. Ele faz poesia enquanto espera o atendimento médico, enquanto espera a namorada se arrumar, enquanto espera no balcão da loja, ou na fila do restaurante.

Esse pensamento inquieto persegue o poeta , sem tréguas ou desculpas.

A criação literária é o que impulsiona sua vida, é o que dá sentido à existência.

A cada poema concluído, o poeta se deleita e já deseja escrever o próximo.

O que seria da humanidade se não houvesse poesia?

Como agradar a dama? Como sonhar com fadas e duendes?

A síndrome do pensamento inquieto já deixou sua marca nos corações que cultivam profundos sentimentos, que sonham com secretos desejos, sem pejo

Se não fossem, entre outros poetas e escritores, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, William Shakespeare. Olavo Bilac, Cruz e Sousa, Castro Alves, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Oswald de Andrade, Cora Coralina, Mário Quintana, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Pablo Neruda, Luís de Camões, como enfrentar as vicissitudes da vida?

Poetas do mundo todo, apertem as mãos. Depois, ergam as mesmas, em direção aos céus, elevem seus corações e agradeçam esse dom divino de tornar a vida desses pobres mortais, por alguns instantes, um paraíso imensurável.

A poesia é um ensaio para a posteridade.


KATIA CHIAPPINI

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