CINCO MINUTOS

                         CINCO MINUTOS

Se eu tivesse mais cinco minutos com meus pais, iria agradecer pelas lições de vida que deles recebi.  Gostaria de reiterar meu amor e alegria pelo convívio saudável e frutífero.

Se me fosse dada a oportunidade de rever meus avós, por breve tempo, diria que foram meus melhores amigos e que a saudade me consola e conforta.

S e pudesse encontrar meus professores das séries iniciais, diria que me senti muito importante quando consegui juntar as primeiras sílabas da cartilha. E cinco minutos seriam preciosos e. por certo. reconfortantes. Eu iria me referir à Monteiro Lobato e citar alguns personagens marcantes de sua obra literária: Narizinho, Emília. Visconde de Sabugosa. Dona Benta, entre outros.

Se soubesse do paradeiro de meu primeiro namorado, se pudéssemos falar mais um pouquinho,, teria prazer em relembrar nossas declarações de um amor adolescente e turbulento, porque inquieto e confuso.

Se eu encontrasse o padre que me iniciou na catequese da igreja católica, diria, em meus cinco minutos, que os ensinamentos recebidos ainda norteiam minha vida e minhas decisões.

Se pudesse regressar à Escola que me acolheu como professora, por 30 longos anos, queria mais cinco minutos para agradecer à Dona Maria do bar,  pela merenda escolar que ela proporcionou aos alunos, cuja nutrição sadia,  foi
responsável por um melhor aproveitamento em sala de aula.

Se pudesse reunir, em poucos minutos, as colegas professoras, diria que não esqueci do carinho e amizade de todas elas, quando precisei levar um filho ao médico, entre outras necessidades.

Se Deus me dissesse que  me daria cinco minutos para estender minha hora final, eu só precisaria agradecer, mais uma vez, pela vida que me deu, pela oportunidade de formar uma família amorosa, amiga e companheira de todas as horas.

Hoje, na maturidade, quero aproveitar o tempo que me resta,  para me envolver em voluntariado, para cultivar minhas amizades, para assistir a missa dominical, para elevar minhas preces a Deus.

E quero aprender a me desapegar dos bens materiais para privilegiar os valores espirituais, Só  assim irei me preocupar em ajudar o próximo, como Deus ensinou , enquanto viveu entre os homens.

E lembrando uma oração de minha infância, deixo aqui, aos leitores, ao mesmo tempo que repito outra vez ;

- Com Deus me deito, com Deus me levanto. Com Deus e com o divino Espírito Santo.

KATIA CHIAPPINI