Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

terça-feira, 9 de abril de 2019

DANÇANDO...

                           DANÇANDO...

Dançamos de várias maneiras durante nossa trajetória.
Dançamos com nosso pai, com nosso namorado, na nossa festa de 15 anos.
Dançamos na festa de casamento, no baile de formatura, no aniversário de 80 anos de nossos avós.
Dançamos na Academia, quando aprendemos dança de salão.
Dançamos de alegria, com a vassoura, com a boneca, com a árvore de nosso quintal.
Dançamos com nossos filhos ao brincar de roda no pátio da casa.
Dançamos na hora do banho, no pátio da Escola, dançamos nas ondas do mar, nos verdes campos de uma estância, nas noites de São João, na escadaria de nossa rua, na escola de samba do bairro.
Dançamos nos bares da noite, no clube da praia.
Dançamos no bloco de Carnaval, na avenida, com fantasia e rosto pintado.
Dançamos um tango floreado,com figuração e passos bem trabalhados, nas Casas de Tango de Buenos Aires, capital da Argentina.
Dançamos, quando na infância, nas brincadeiras de roda.
Dançamos, ao fazer parte da torcida de um time de futebol, com uniforme e performance bem ensaiada.
Dançamos no palco de um teatro, durante a apresentação final de nosso grupo de danças.
Dançamos conforme a música para preservar as relações de trabalho e as pessoais.
Dançamos em Centros de Tradições vestidas de prendas, aqui no Rio Grande do Sul. A dança do facão, para os homens, e a dança da fita, para as mulheres, são as mais belas em coreografia e possuem uma energia contagiante.
Mas, a dança da vida nos exige bem mais. Precisamos de concentração para não errar o passo e nem tombar no precipício.
Precisamos dançar com Gregos e Troianos, com Publicanos e Fariseus.
A dança bem ensaiada se agrega à personalidade e nos leva aos melhores resultados. E nos individualiza.
Precisamos observar os passos da dança que devem ser lentos e depois mais apressados,conforme os objetivos que queremos alcançar.
A vida é uma eterna dança.Mas precisamos entrar no ritmo, no tempo certo, na cadência adequada, no momento preciso, na oportunidade, em que tudo indica, ser a nossa.
A dança deve fazer par com a dança de nosso semelhante, no sentido de nos levar a dar a mão aos que necessitam, de dedicar um espaço para quem nos chama nas horas difíceis, como de quem está a nos pedir um conselho.
Para agradecer as graças que Deus nos dá todos os dias é  preciso orar com as mãos postas e elevá-las ao alto, como se dançassem.
A dança espiritual é a dança dos pensamentos que nos levam ao entendimento dos princípios e valores que devemos pôr em prática para viver em harmonia com todos os seres, com a natureza, com o Criador.
Algumas artes marciais, mais lentas, têm movimentos de dança, bem como as aulas de yoga.
Dançar com as virtudes, com o bem, com a verdade, com a lealdade, com a solidariedade, bem como, com todos os valores que agregam sabedoria, no exercício de uma liberdade responsável, é nosso dever como cidadãos.
Dançar na tristeza para conseguir voltar à alegria, é sinal de superação.
Dançar com os idosos do asilo, ou com as crianças do orfanato é praticar voluntariado, é trazer sentido à vida.
Então, escolha sua dança, seus passos, seus parceiros, seus amigos.
E, se quiser, dance em praça pública, dentro de uma fonte. Sinta-se algo moleque, como se quisesse voltar à infância.
Se alguma extravagância lhe fizer bem, fuja do bom senso por alguns instantes e solte as amarras das boas maneiras, liberte-se dos padrões, desde que não faça mal a ninguém.
Eu já rolei nas dunas com meus netos, já andei de balanço onde só as crianças andam, já andei no escorregador para me sentir próxima deles. Pulei corda ou amarelinha ,mesmo sob olhares curiosos.
Um dia, entrei com uma prancha, mar a dentro, já adulta, tipo terceira idade, e vi que um senhor me observava.
Ele perguntou: 
- A senhora quer alugar essa prancha?
Sorrindo, eu respondi:
- Não havia pensado nisso, por enquanto ainda'' pego onda.''
E, assim dizendo, entrei com minha prancha, dançando e rodopiando com encantamento. 
Dancei a dança da alegria, na imensidão do mar e sob o olhar do horizonte, onde nuvens se moviam, tentando acompanhar minha dança. E ainda deitada, me agarrei bem na prancha, que se movia em águas não tão tranquilas, ao entardecer de mais um lindo dia de praia. 

                                KATIA CHIAPPINI

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