Aquarela de poesias

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Poesias para você

quarta-feira, 10 de abril de 2019

POESIA FALADA

                         POESIA FALADA

Existe uma atividade nas ruas de Porto Alegre em prol da poesia.
Os grupos se apresentam com o objetivo de dar oralidade aos poemas, divulgar a palavra escrita e falada, dando ênfase às temáticas culturais e suas diversidades.
É um modo de expressar ideias e comunicar, atraindo os adeptos da poesia que podem trocar ensinamentos e experiências.
Desde  2016, há grupos atuando em Porto Alegre.A primeira experiência foi apresentar a poesia em forma de sarau. Mais tarde os encontros ocorreram em praça pública, em garagens, em ambientes abertos. Um dos objetivos é avaliar e reconhecer a produção e divulgação de poesia autoral. São promovidos concursos para incentivar as participações e a frequência, bem como a assiduidade que cresce a cada dia.
Os jovens, antes tímidos ,passaram a frequentar esses ambientes e a se interessar pelos eventos.
Quando há concursos e premiação os jurados são escolhidos na hora, entre o público presente. 
A Praça da Matriz  foi um local que recebeu os poetas e ainda os recebe.
Esse movimento chama-se Slam da poesia. Foi criado para permitir a divulgação da expressão oral e a aproximação das pessoas, hoje muito voltadas para o bate-papo virtual em detrimento de uma real aproximação.
Criado pelas ruas, o Slam da poesia tem como um dos objetivos incentivar o protagonismo feminino e a interação da mulher na literatura.
O movimento cresce na medida que esses poetas de rua, são os mesmos convidados para declamar nas universidades, em escolas e shows literários.
E poetas conhecidos do grande público são convidados a fazer uma participação especial nos grupos.
Há grupos de poetas que se reúnem no Chalé da Praça XV, no centro histórico. 
Na cidade baixa há outros grupos, assim como em outros bairros da capital.
O mesmo grupo do Slam poético é convidado a participar de oficinas e estudos agregados aos objetivos dos eventos.
A poesia falada ensina a ouvir, desenvolve a concentração e pode incentivar o interesse por literatura, em suas diversas formas: contos, crônicas, poemas, artigos, relatos  de fatos do cotidiano.
O Slam da poesia falada nasceu nos Estados Unidos, em Chicago, no ano de 1980, em meio a cultura do hip-hop, quando se declamava nos bares noturnos.
No Brasil, data de 2008 e se notabilizou pelos concursos. Esse movimento também é chamado de batalha das letras  ou batalha da poesia.
Atualmente vários Estados brasileiros possuem o Slam da poesia. 
Há grupos formados em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre, entre outros.
O campeonato brasileiro de poesia falada já reuniu 25 campeões estaduais em São Paulo, no Sesc Pinheiros.
A poesia pode levar os participantes a conhecer outro lugares e outras pessoas aficionadas à palavra falada e expressa em locais diversos, tanto fechados, como bares e restaurantes, como em locais abertos, junto aos encantos da natureza.
E jovens poetas estão surgindo nesses grupos e efetivando sua participação nos eventos.
A poesia falada já tem seu reconhecimento e seu lugar de honra.
É uma ação criada  que tomou vulto como um espaço de expressão artística.
A poesia que agrega os grupos em Slam poético é uma ação social e solidária e visa fortalecer a identidade, bem como, criar alternativas para restabelecer a comunicação em tempos onde o egocentrismo já se destaca, como um fenômeno dos tempos difíceis, em que  a sobrevivência nos exige muito esforço, trabalho e dedicação.
O desejo de comunicar os sentimentos profundos, dissertar sobre dores e amores, alegrias e tristezas, é o que atrai os participantes para frequentar o Slam, que definimos como poesia falada
Que todos os poetas se comuniquem, cada vez mais, para construir um elo de indissolúveis correntes que possam se unir para abraçar a vida e as gotas fragmentadas de poesia.
E, que de gota em gota, possamos formar uma cachoeira de palavras, a murmurar sons poéticos, que declamados em todos os pagos e além-fronteiras, definirão nossa identidade.
Identidade,essa, conquistada com muita luta. E ainda incompleta, no que se refere ao exercício da cidadania 

                                 KATIA CHIAPPINI


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