AMOR SACRIFICADO

                  AMOR SACRIFICADO

O ato de amor já se deteriorou

Resume-se ao prazer com pressa

Sentir-se pleno não mais se cogitou

E enamorar-se, por que? ora essa!

É um jogo perigoso e sem verdade

O momento da conquista hibernou

Nulos, o sentimento de amor e amizade

O verdadeiro envolvimento terminou

Faz-se sexo sem no amor pensar

E esse prazer meteórico não aceito

Como um vai com o outro se importar

Se o banquete foi feito para outro eleito?

Não há mais aquele encontro planejado

O cupido não atinge o alvo certeiro

Amores enlameados e fruto do pecado

Fazem desacreditar o amor verdadeiro

Ninguém quer ficar comprometido

Ninguém mais chora um grande amor

Emoções se diluem, sem nenhum sentido

Somos, um e outro, fantasmas sem cor

Talvez meu querer seja bobagem de mulher

Mas, ainda penso no amor de outrora

Hoje, sexo por prazer é só o  que se quer 

Porque de nada vale o sentimento agora

KATIA CHIAPPINI

 

SOCORRO

                                SOCORRO

Dizer meu nego não pode

Dizer gringo não agrada

Pega o tapete e sacode

Deita e nem fala mais nada 

Gordinho ofende, não fala

Baixinho não diga também

Pensa antes ou se cala

Pra não provocar ninguém

Hoje tudo parece ofensa

Argumentar virou besteira

Quem dá um soco não pensa

Pensar virou uma baboseira

Meu melhor amigo sumiu

Nem fiquei sabendo o motivo

Nada escutou, nem me viu

Não se faz análise, nem crivo

O mundo cruel nada desculpa

O xingamento é ato normal

Se paga o que não se tem culpa

Todo o argumento é superficial

Socorro, me entendam de vez

Antes que eu caia na gandaia

Se eu perceber ruborizada a tez

Juro que vou meditar no Himalaia

Mas, trazia só um pão na sacola

O mendigo que me surpreendeu

Ao invés de me pedir uma esmola

Fitou-me rindo e falou: vá com Deus

KATIA CHIAPPINI

SE TU SOUBESSES

                       SE TU SOUBESSES

Se tu soubesses como te quero

Serias meu cravo ou meu Arlequim 

A vida vale porque eu espero

Ser mais que rosa, ser o teu jardim

Se ainda ouves meu amargo canto

Que ecoa muito além da esperança

É porque não soube calar meu pranto

A cada dia dessa minha andança

Queria ser a fada, tua fada madrinha

Pra transformar teus sentimentos loucos

Para entender porque não te aninhas

Se escutas meu grito e os lamentos roucos

Sou tua seara e uma joia especial

Eu te quero e nem preciso dizer

Sou tua febre, fonte e manancial

E a felicidade que não queres ter

KATIA CHIAPPINI

AMANHECER

                            AMANHECER

Gorjeios entre canários coloridos

Folhas balançando ao  sabor  do vento

Brisa despenteando e embaraçando o cabelo

Janelas se abrindo e acenos se repetindo

Roupa no varal para clarear e depois recolher

Vida pulsando, pululando, saltitando sem parar

Crianças correndo com seus animaizinhos

Cisnes se exibindo no lago tranquilamente

Seres que se movem  com receio e inquietos

Escalando tudo ou nada, tropeçando na rua

Sem nada ser, sem direção. sem continuidade

Sem saber o que esperar dos tantos dias que virão

A cada novo amanhecer, a cada hora que passa

Misturando e acumulando suas vicissitudes

Dia e horas de indecisão se repetem sem dó

Mais um amanhecer se revela, impaciente

Vou fazer orações e promessas ao deitar

Para conter a insanidade humana, que se vê

Para um amanhecer mais tranquilo, quem sabe

Vou pedir que busquem com fervor, dentro de si

Verdadeiros sentimentos de bondade e caridade

Um fragmento de inocência infantil que emociona

Uma superação quase impossível mas previsível

Visível para que os homens creiam em si mesmos

E na centelha divina que nos faz melhores e fortes

Em Deus provedor de infinito amor  de sabedoria

Para que nosso amanhecer traga uma nova esperança

Para que não tenhamos medo de sorrir, nem de cantar

KATIA CHIAPPINI

SE FOSSES

                              SE FOSSES...

Se fosses o vinho eu seria a taça de cristal

Se fosses o mar, deixaria que mergulhasses em mim

Se fosses um jardim eu seria tua rosa preferida

Se fosses um amor verdadeiro eu seria tua única paisagem

Se pintasses um quadro eu estaria de vermelho -paixão vestida

Se fosses um bailarino eu rodopiaria em teus braços na valsa

Se fosses um poeta eu seria a inspiração para tuas pautas

Se um dia partisses a saudade já estaria enraizada em mim

Se não mais voltasses lembraria dos momentos secretos

Se eu ficasse só, rezaria para voltar a viver novamente

Se a vida é breve, vale arriscar e enfrentar os desafios

Se amar é viver plenamente, colherei bons e maus momentos

Se for para ser feliz, apesar das vicissitudes, eu o serei

Se a fé e a esperança vingarem eu seguirei  meus passos

Se Deus for o meu mentor, nada me afastará do recomeço

Se a Virgem Maria disser amém , vou amar mais além

KATIA CHIAPPINI

 

A RIMA

                      RIMAS E AMORES

Ele chama, proclama e vem

Aos atropelos vem e se mostra 

Se molda ao verso e assim me tem

Aceito com prazer a sua proposta

Sinto como se ele fosse um anjo

Sussurrando palavras para mim

Porque em seu colo me esbanjo

Enquanto sou  rosa em seu jardim

Ao sentir no amor tanta beleza

Renovo e colho nele mais energia

Tenho na rima e no amor, certeza

Versos  suaves declamo com magia

O poeta ainda que esteja triste

Não deixa de se comunicar

Da rima, por certo, não desiste

Perderia aquele brilho sem par

Gosto de rimar amores e dores

Ou decência com inocência

Aspiro o perfume das flores

Pra não rimar com violência

Quem canta seus males espanta

Quem escreve os males prescreve

Quem rima seus traumas suplanta

Sai da escuridão pra brincar na neve

Vou fazer rimas para o meu amor

Ficar ao lado dele em nossa rede

Mas, fechem os seus olhos, por favor

Confesso que dele tenho fome e sede

KATIA CHIAPPINI

MEU GRITO

                               MEU GRITO

Grito aos meus conflitos

Eles reprimem os recantos

De minha alma aos prantos

De lamúrias que nem acredito

Tornaram-se reais, inerentes

Nem sempre a alma os acolhe

Mas entendem que eles me tolhem

E posso desabafar livremente

Falo com o sol e com o vento

Peço-lhes que abafem meu grito

Porque incompetente me sinto

E por vezes durmo ao relento

Nem sei bem porque grito

Acumulo mágoas e injustiças

Às vezes o espelho me atiça

Quando em frente a ele me fito

Grito sem razão , quase demente

Mas sei que a sina não se afronta

O tirocínio devo levar em conta

Para plantar uma nova semente

Paro o choro, disfarço a tensão

Cesso o grito seja como e onde for

Não tenho qe acolher só dor

Preciso encontrar uma solução

Convém calar em breve esse grito

E ouvir o lamento do outro também

Não sou melhor do que ninguém

E Deus em meu coração ainda sinto

KATIA CHIAPPINI

 

QUERO FALAR

                          QUERO FALAR 

Quero falar dos tristes

Lembrar dos esquecidos

Provocar de dedo em riste

Conclamar os excluídos

Quero despertar quem cala

Chamar a quem se esconde

Dizer que exercitem a fala

Só descubram quando e onde

Dizer a quem nada diz

Alertar a quem contesta

Que somos só aprendiz

Mesmo com ruga na testa

Que a vida é um desafio

E vence quem o enfrenta

Quem sai no calor e no frio

E sua família alimenta

Tentar de novo é preciso

Agregar valores cristãos

Ler entrelinhas e incisos

Acolher Deus no coração

Ora solto, ora detento

Ora caça ou caçador

Ora jogado pelo vento

O ser colhe alegria e dor

Quero falar a quem queira

Que abrace a esperança

fique longe da ribanceira

Antes lute pela mudança

KATIA CHIAPPINI

REFLEXÕES RECORRENTES

                REFLEXÕES RECORRENTES

Mais um dia que surge em agosto

Preces se elevam aos senhor Deus

Não potencialize o seu desgosto

Faça valer a luta e o esforço seu

Lembre-se que só o trabalho dignifica

Exigindo tenacidade e continuidade

Ele define o ser e seu valor personifica

É preciso haver união e solidariedade

Não creia em falsas e vãs  promessas

Nem por bajuladores de plantão

Suba pouco a pouco e sem pressa

Seja o passo certo na multidão

Lembre-se dos ensinamentos do lar

Da palavra de seus professores

Desafios e lutas vão se apresentar

Mas é preciso vencer os dissabores

Não coloque seu fardo em outro ombro

Cada um tem sua missão pra completar

Não se deixe ficar sob escombros

Dê sentido à visa e a seu caminhar

Cada um tem sua missa pra rezar

E Deus deu a cada um uma missão

Desafios todos temos pra enfrentar

Ultrapasse as barreiras com decisão

KATIA CHIAPPINI

 

NÍVEIS DE PENSAMENTO

                 NÍVEIS DE PENSAMENTO

O pensamento etéreo ligeiro voa

Pousa no amor ou no berço da ilusão

Não fica â esmo, nem quer fica â toa

O pensamento impulsiona a solução

As muralhas históricas de Jerusalém

Cristo às margens do Rio Jordão

As tábuas da lei, muito aquém

Lembram o pensar do povo cristão

O desmatamento que ora avança

A caça à baleia proibida e ilegal

A rinha de galo que causa matança 

Revelam pensamento antinatural

Cientistas são notórios mananciais

E buscam inventos para a evolução

Escritores e mestres são essenciais

Dão asas ao pensar e à educação

Pensamentos atávicos e prepotentes

Ceifam vidas, deixam seres em agonia

E toda a evolução tecnológica vigente

Trouxe a involução: uma triste ironia

Só a racionalidade gera mudanças

Faz valer a liberdade e a justiça

Pensar é entender e propor aliança

Quando não mais vingar a cobiça

KATIA CHIAPPINI

 

RIMAS

                                 RIMAS

Breves rimas

Pedem clima 

São como imãs

Não são cismas

Poesia tem r
ima

De nossa estima

Pois ladeira acima 

O amor as intima

Pegue uma rima

Leia a obra prima

Que se legitima

E o belo aproxima

Que se imprima 

Qual pantomima

Quem a rima mima

Não se lastima

Faça de sua rima

Sua espiritual enzima

Sua irmã ou prima

Sua autoestima

KATIA CHIAPPINI

AMOR

                                  AMOR

Amor é um belo sentimento

Também é feito construção 

Sem dúvida pode ser tormento

Amor mora no fundo do coração

Amor é um ato de compreensão

Por certo é magia e leveza

Amor é fonte de satisfação

Quando mútua for a certeza

Amor doação sem limite

É um real e significativo elo

No amor todos dão um palpite

E o amor à pátria é verde-amarelo

Quem ama também reclama

Exige atenção e reciprocidade

Fica opaco quem a ninguém ama

Ou quem não cultiva a amizade

Se um dia eu preencher o leito

E colocar mais um travesseiro

É porque o amor bateu no peito

É porque se tornou hospedeiro

KATIA CHIAPPINI

MESMO QUE NÃO PAREÇA

               MESMO QUE NÃO PAREÇA

Mesmo, às vezes, sem jeito

Sou teu apoio e parapeito 

Nem sempre do lado direito

Mas, fiel, inspiro respeito

Falo pouco em nosso leito

Mas sabes que és meu eleito

Tua insegurança eu aceito

Não reclamo, não tiro proveito

Não sou só a amiga do peito

Meu amor e sim, insuspeito

Mesmo quando parece despeito

É amor real, sem preconceito

Para o amor não há conceito

É sentimento guardado no peito

Se tudo o que fiz já está feito

Perdão, nenhum amor é perfeito

KATIA CHIAPPINI

CONTRASTES

                            CONTRASTES

                           [PROSA POÉTICA]

Muitas ações estão me esperando

Muitas dores e algumas alegrias

Penso o que não faço e não gosto

Ora faço o que não penso. mas gosto

Quebro as regras e os preconceitos

Liberto-me e solto as pesadas algemas

Passo a passo e serena me vejo

Sem pressa de acertar, sem pejo

Sou aprendiz e de nada desisto

Até aprender bem o meu ofício

A persistência se aproxima, me rodeia

Deixo que os sábios me aconselhem

Estudo, com fé, os vários ângulos

Do mesmo problema ainda existente

Penso ainda saber muito pouco

Mas sei que o tempo vai me ensinar

Deixo minha vida como um livro aberto

Sem frear a nitidez do pensamento

Quando estiver pronta pra vencer

Atravesso a ponte da esperança

Busco minha fé e toda a experiência

Mudo meu rumo e troco meu prumo

Pra aprofundar princípios e valores

Para a evolução natural do espírito

Penso dissipar o meus terríveis medos

Enfrentando os inúmeros dissabores

A vida tem suas pedras e percalços]

Mas erguerei minha voz e terei vez

 E meu grito vai ecoar além -mar

De sul a norte, intermitentemente

Para libertar-me dos terríveis grilhões

Que mesmo parecendo estar invisíveis

Aprisionam corpo e alma, com correntes

Devo me manter calma e esperançosa

Desde que prepare o meu melhor dia 

De brilhar como a luz da Estrela Dalva

KATIA CHIAPPINI

ANDANÇAS

                            ANDANÇAS

Na andança nossos passos afundam

Tropeçamos, vez ou outra, imaturos 

Recebemos desafios que nos perturbam

Porque somos aprendizes inseguros

Mas a vida é de quem sabe lutar

De quem procura subir os degraus

É de quem busca se levantar

É de quem não se deixa entre os maus

Quem vence pelo próprio trabalho

Vê seu valor ser recompensado

Não faz trapaça, não trilha o vil atalho

Não precisa se permitir ser bajulado

Andam os itinerantes sem um lar

Andam os ciganos perambulando

Andam os índios ainda a se deslocar

Andam os refugiados um teto buscando

Mas, ainda faz parte de nossa missão

Ir buscar a própria sobrevivência

Quem errar peça a Deus o seu perdão

Quem tropeçar ouça a voz da consciência

É preciso agir com honestidade

Porque toda a maldade aqui se paga

Deus pregou o bem e a verdade

E cada um que cumpra a sua saga

KATIA CHIAPPINI

FALAR DE AMOR

FALAR DE AMOR

Falar de amor é preciso

Falar do afeto sincero

 Citar o amor no inciso

No poema, eu espero

Lembrar da carícia suave

Do toque nos cabelos

Do cantarolar da ave

Do arrepio nos pelos

Sentir o tremular insano

A pulsação mais intensa

Algo santo, algo profano

É buscar a paz imensa

Falo do amor com ternura

Que verte lágrimas pálidas

Do amor paixão qual loucura

Das horas a sós, cálidas

Não aceito amor aventura

Que sai machucando sem dó

Que volte o amor que costura

Que se desenrola sem nó

KATIA CHIAPPINI

 

GRATIDÃO

                               GRATIDÃO

Não vamos jogar areia 

Se pudermos jogar flores

Quem tece preciosa teia

Não maltrata seus amores

Gratidão eleva a energia

Se recolhermos algo bom

Gratidão traz paz e alegria

E harmonia nos sons e tons

Agradecer é mostrar superação

É relevar todas as decepções

É meditar com fervor na oração

Para, então, deletar falsas ilusões

Quem agradece por sua vida

Sabe dar valor ao que já tem

Continua  tenaz em sua lida

Perdoa e não odeia ninguém

Quem se doa irá só colher

Reciprocidade real e sincera

Perceber os sinais pra merecer

Aquele amor de Primavera

KATIA CHIAPPINI

BONECA COBIÇADA

                     BONECA COBIÇADA

Boneca de trapos de pano

Qual roto e velho fantoche

Não será um fato desumano 

Ser digna de um cruel deboche?

Boneca sem rumo que rola

Na descida íngreme e colossal

Quer ser jogada, em breve, fora

Como um lido e relido jornal?

Boneca que se diz cobiçada

Está preocupada com a beleza

Nem lembra que não é amada

E que não faz jus à delicadeza

Ao olhar seu rosto no espelho

Pensa que se vive só de palmas

Mais vale trocar o batom vermelho]

E lutar para buscar o brilho da alma

KATIA CHIAPPINI

O BEIJO

                                  BEIJO

Beijos são fontes de desejo

Distribuídos a quem não merece

Não vou aceitar o que vejo

Vejo beijos que se oferecem

São beijos, de selvagem ensejo

Nas luxúrias, aos borbotões

Não são aqueles que a neblina

Acaricia nos amores, nos verões

Beijos incendeiam a pele

Deixam trêmulas as entranhas

Aceitem os que ternura revelem

Afastem-se de bocas estranhas

Beijos de amor se atraem, namoram

Se confirmam eternos, na intimidade

Depois que os eles se desenrolam

Restam os elos de perene saudade

Se houver um amor grandioso

Haverá beijos cortando o ar

Espere seu momento precioso

Encomende beijos â beira-mar

KATIA CHIAPPINI

 

POEMA

                                   POEMA

Sou de um tempo passado

Quando se ganhava flores 

E perfumes do bem-amado

E livros relatando amores

As saias eram rodadas e belas

Os lençóis eram bordados

E o cravo posto na lapela

Era um adereço requintado

Bombons estavam presentes

Como parte da conquista

A carta de um amor crescente

Era em papel linho escrita

Não havia pressa em avançar

Dava-se um passo de cada vez

Valia à pena, a noite, sonhar

Com o primeiro beijo na tez 

KATIA CHIAPPINI

LEMBRANDO RAPUNZEL

               LEMBRANDO RAPUNZEL

Rapunzel graciosa corre

Joga suas lindas tranças

O príncipe sorri e a colhe

Promete-lhe uma aliança

 

Ele é seu único eleito

E recolhe o belo cabelo

Sobe por ele com jeito

Para declinar um apelo

Rapunzel está presa

Na torre retribui um beijo

O eleito com destreza

Sussurra-lhe o seu desejo

Logo desce pela trança

Promete que vai voltar

E enlaça a dama na dança

Entre mil juras a capitular

Ainda hei de ver Rapunzel

Das lindas tranças cor de ouro

Dos olhos mais doces que mel

Libertar-se do mau agouro

Rapunzel sonha ter asas

Para abandonar a masmorra

Quer voltar logo para casa

Antes que sem o príncipe, morra

KATIA CHIAPPINI

CINDERELA

CINDERELA

Cinderela seguiu sua trilha

Suas horas eram sofridas

A madrasta e suas duas filhas 

Lhe exigirão toda a lida

Mas o príncipe percebeu

Sua beleza embora escondida

Encontrá-la a si prometeu

Como um propósito de vida

O sapatinho de cristal guardou

Cinderela o perdeu e nem viu

O príncipe noutras damas o calçou

Mas só em Cinderela ele serviu

As irmãs invejosas blasfemaram

A madrasta pagou por suas maldades

Cinderela e o príncipe se casaram

Quem merece encontra a felicidade

Pra viver dias tal qual Cinderela

É  preciso acolher e cultivar virtudes

Nem sempre uma face tão bela

É compatível com a magnitude

KATIA CHIAPPINI