Aquarela de poesias

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Poesias para você

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

MEDITAÇÃO À BEIRA MAR

                 MEDITAÇÃO À BEIRA MAR

Existe uma hora mágica quando o Sol está prestes a se pôr para a noite surgir com a Lua, dama da noite.
Coloco minha cadeira perto do mar e fico observando essa transformação da natureza.
É um espetáculo de luzes, reflexos e cores digno de ser assistido.
Percebo a transparência das águas, o cardume de pequenos peixes. Ouço o murmúrio das ondas e vejo um princípio de maré alta. A brisa se torna quase fria demais.
Para meditar fecho os olhos e gravo na memória o céu que acabei de ver, as nuvens mais claras e mais escuras fazendo desenhos no horizonte. Sinto o calor na pele, molho os pés no mar e tento não pensar .A brisa joga areia em meu rosto para se fazer notar. Penso no mar beijando a areia.
Nessa hora, o silêncio me deixa ouvir os murmúrios da vegetação, o barulho da lancha de pesca que corta o mar, o ronco do motor do avião que corta o ar. Sinto a terra sob meus pés e imagino que estou fazendo uma pausa para repor as energias, das quais vou precisar para seguir meu caminho. E esse caminho deve ser íntegro para que meus filhos herdem de mim o melhor que eu possa lhes dar.
Ora tento esvaziar a mente, ora pensar na paisagem que desfruto à beira mar. 
Ao abrir os olhos já é noite e a transformação já se deu.
A brisa do mar começa a gelar o rosto definindo a hora de sair.
Então, estendo uma toalha grande na areia e me deito para me despedir da paisagem que me conforta e encanta.
Faço uma oração, repito um mantra e agradeço a presença de Deus em meus dias e noites.
Levanto, fecho a cadeira, caminho em direção à casa e me despeço da beira da praia. Visto-me de tranquilidade, de serenidade, tomo banho de Sol e depois de Luar.
A meditação me faz levitar, sonhar os sonhos mais lindos, sentir a liberdade que as ondas do mar parecem ter. E a imensidão do horizonte se torna menor do que meu mundo imaginário ,secreto e pessoal. O pensamento, na meditação, toma proporções gigantescas e propicia um momento de inspiração. Posso cantar em silêncio, declamar para mim mesma, fazer pedidos para a fada do dente, para o gênio da lâmpada, para os anõezinhos de Branca de Neve.
O mar é todo meu, nessa hora, assim como o entardecer, o crepúsculo e a noite.
Meditar é voltar ao interior, respirar com profundidade, trocar o ar dos pulmões, suspirar, sentir cada parte do corpo relaxando. 
Posso me despedir do mar dizendo:
-Obrigada por tanta beleza e pela paz que me transmite!
A cada verão que me banho no mar, tenho a certeza de que dele tiro a força que jamais sonhei.
A força que me leva a transpor obstáculos que se interpõem em meu caminho. Obstáculos que me servem de estímulo para não desistir da vida e que testam minha resistência.
Quero estar à beira mar sempre que Deus me permitir. E enquanto eu tiver saúde para desfrutar dessa beleza sem par, estarei de pés descalços, sentindo a areia molhada e percorrendo as dunas de areia.

                                  KATIA CHIAPPINI

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