Aquarela de poesias

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Poesias para você

sábado, 7 de janeiro de 2017

A ILOGICIDADE DA VIDA E SEU ANTAGONISMO

             ILOGICIDADE& ANTAGONISMO

A vida foge de nosso controle: é um eterno mistério.
Vivemos monitorados pelos pais e professores, um longo tempo, onde recebemos a formação para seguir a jornada.
Logo chegamos aos 40 anos, casamos, criamos os filhos, trabalhamos muito e descansamos pouco.
Agora temos uma poupança para a sonhada viagem, mas não estamos com boa saúde.
Ou perdemos um ente querido sem pedir-lhe perdão por uma falta grave cometida. Ficamos abalados e sem vontade de sair de casa.
Ou precisamos usar o dinheiro para custear a extensão universitária de um filho, ou sua viagem de intercâmbio.
Ou nosso companheiro de viagem perde o emprego e não tem condições de nos acompanhar como havia prometido.
Metade da vida se foi e pensamos;
-Há outra metade para viver.
Mas falta ajudar a criar os netos, buscá-los na escolinha, levá-los ao médico.
Temos a idade para decidir por nós, mas temos nossos medos e circunstâncias contrárias aos nossos anseios.
Os arroubos da juventude não mais existem, mas dizemos que temos a experiência. 
O corpo já não está definido e musculoso como nos tempos de academia. Agora ele quer o descanso e jornadas curtas para que as pernas não fiquem inchadas.
E ainda temos que nos libertar da pressão familiar que é contrária aos nossos planos.
 E ainda não nos conhecemos, somos bipartidos, divididos e perdemos nossa essência.
Dizem que somos centelha divina.
Mas Deus é um conjunto de três entidades: Pai, Filho e Espírito Santo. Também não é uno.
Somos o que nos falta, o que gostaríamos de ser.
Perseguimos um ideal pela vida a fora e nos esquecemos do ser real.
Então divagamos, erramos o caminho, voltamos a acertar.
E quando tudo nos parece perfeito, eis que uma situação inesperada nos desvia de nossos objetivos.
Modernamente colocamos nosso cérebro fora de nós, ele está no mecanismo do computador e demais inteligências virtuais.
Não pensamos por nós, mas a máquina pensa e decide nossos momentos.
Não temos mais diálogos, mas o amigo marcou hora para o bate-papo.
Abandonamos o time de futebol porque saiu mais um jogo impactante e entramos numa disputa com outros internautas.
Somos mais aquele ser que incorporou mecanismos e se esqueceu de viver os sentimentos reais e humanitários.
E estamos perdidos num labirinto de difícil solução, numa equação sem resposta, num jogo de xadrez que não chega ao final.
Somos o que não queríamos  ,porque nos obrigam a usar máscaras para continuarmos vivos e atuantes no mercado de trabalho.
A sinceridade não é mais uma virtude : virou vilã.
E vamos nos adaptando ao jogo de interesses, sem perceber que estamos chegando na reta final da existência.
Cumpre-nos desmanchar esse emaranhado em que estamos e voltar a  viver em família. Mas, ao mesmo tempo, não podemos nos perder de vista.
Precisamos estar em liberdade para nos sentirmos inteiros.
Quem perde a própria identidade, fica à margem e lá permanece.
Não há lógica na vida .Mas precisamos enfrentar a ilogicidade.
Temos o livre arbítrio para corrigir as falhas, buscar o melhor caminho e o próprio viver.
A inteligência e a maturidade alcançadas e devem abrir nossos caminhos.
Não somos perfeitos e a vida não nos é desvendada. Os nossos desígnios são de Deus, ou do destino, ou colhemos o que plantamos. Somos responsáveis pelo exercício de nossa liberdade.
Precisamos viver as singelezas da vida e valorizar os pequenos grandes gestos.
A ambição deve ser a de ter amigos, a de ajudar o semelhante.
Os acumuladores de capital são pobres de espírito.  E bons exemplos de vida eles não irão deixar para que sejam lembrados com carinho e admiração.
Ao contrário, a herança vai ser motivo de disputas intermináveis, de rivalidade e inimizade entre irmãos.
Na humildade está a sabedoria. E só com humildade e a aceitação dos princípios cristãos  será possível viver em harmonia entre as ilogicidades e antagonismos que nos cercam.
Tanto implacáveis como inexoráveis.
Vamos buscar no interior a nossa essência e fragmentos perdidos de felicidade. E rezar para que a existência ainda seja bem vivida no interlúdio.

KATIA CHIAPPINI

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi, Katia Chiappini.

    Um grande abraço, querida.
    Belo e rico texto essa sua "dissertação" da vida em sociedade. Estamos beirando o caos, vivendo numa sociedade que já não preza mais os seus principais valores. Foi a falta da cultivação destes valores ontem que nos levou a essa "issociedade" de hoje. Vê-se, já, desmedidamente, a inversão dos valores primordiais. Estou eu aqui falando do caráter não apenas de algumas pessoas, mas, de grupos e organizações governamentais e não governamentais que ensinam e incentivam o cultivo do ódio ao invés do amor, organizações políticas que espalham e incentivam a cultura da desonestidade, grupos grandes e organizados que cultivam a falta de caráter, de civismo e de civilidade; diretores e professores que se associam ao tráfego de drogas e até de pessoas na escola em que trabalham; máfia de médicos que operam pacientes sadios com o único propósito de corromper o sistema de saúde pública. Onde estão os bons exemplos? Quando foi que alguém, falando em nome do governo, saiu em defesa dos valores da nossa sociedade, seja esse governo desse ou daquele partido político? Eu, sendo sincero, não me lembro. E para, com outras palavras, repetir ou esclarecer tudo que aqui dissemos, eis o meu poema OITO GRANDES VALORES DA NOSSA SOCIEDADE (Zezinho Nascimento.71)

    Crianças, jovens e senhores,
    Atentem pra esta verdade.
    Existem oito valores
    Na nossa sociedade.
    Sem eles, forma a bagunça,
    Cria-se a Babilônia.
    Gera-se um povo sem honra,
    Sem cultura e sem vergonha.

    O primeiro é a Fé.
    Ela remove montanha.
    O segundo é o amor
    Ao nosso Deus e Senhor,
    Aos nossos entes queridos
    E, também, ao nosso irmão.
    Em terceiro, a Lealdade.
    Em quarto, a Educação.

    Em quinto, o Conhecimento,
    Chamado Sabedoria.
    Que reduz o Sofrimento
    E nos dá mais alegria.
    Quem é sábio vence fácil,
    Tem mais armas pra lutar.
    Sabe como investir
    E como economizar.

    Depois, em sexto lugar,
    Está a Sinceridade.
    É o valor que nos dá
    O requinte da Verdade.
    É falar com o coração,
    Sem mentira ou enrolação,
    Com clareza e exatidão,
    Aquilo que a gente sabe.

    O sétimo grande valor
    É tão grande quanto a Fé.
    É tão bom quanto o Amor.
    Chama-se Honestidade.
    Ser honesto é ser fiel,
    Ser correto, ser honrado.
    Não trapacear, mentir...
    Quem mente rouba a verdade.

    E o oitavo valor
    É chamado de respeito.
    É o princípio do amor
    E o fim do preconceito
    – O Marco da Educação.
    É muito bom o respeito.
    Respeitar o cidadão
    É respeitar seus direitos.

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  3. Obrigada por tão significativo comentário e versificações brilhantes,caro José,escritor e pesquisador.

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