Aquarela de poesias

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Poesias para você

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

ENTRE O CÉU E O INFERNO

                ENTRE O CÉU E O INFERNO

Céu e inferno são conceitos relativos. Habitam a terra como os seres humanos e travam batalhas entre si.
Se nós recebermos uma graça, após muitas orações, é comum ouvir dizer::''graças ao céu''.
Como temos vidas opostas e como cada pessoa toma uma direção diversa da outra, assim, o céu de uma é diferente do céu de outra.
Nesse raciocínio, estou falando de estar no céu, mesmo habitando a terra .Conforme nossos desejos forem se materializando, por nosso mérito e esforço, vamos, em algum momento, dizer que estamos no céu.
Quando nosso filho volta do hospital ,recuperado, quando uma filha volta para casa, após estudar no exterior, quando uma gravidez chega ao término sem nenhum risco, dizemos que tudo chegou a bom termo.  E nesses momentos nos sentimos felizes como se estivéssemos no céu.
O céu de cada um está na proporção e na razão direta de sua semeadura .Quem semeia bondade a recebe em dobro.
Penso que o inferno seja o destempero humano .O inferno, imagino que esteja ligado ao ódio, à inveja, à prepotência, à dominação, à avareza , bem como a outros sentimentos menores e que subtraem do homem a racionalidade, a responsabilidade, o sentido do bem comum e dos ensinamentos cristãos.
Vive no inferno quem se afasta do valores morais e espirituais.
Vive no inferno quem se deixa corromper por falsas promessas, pela ambição do poder, pela fama, a qualquer preço.
Os anjos estão na terra. São anjos as pessoas que nos impulsionam na caminhada e com quem podemos contar, sempre.
Os demônios vestem pele de cordeiro, usam carapuça, se valem de hipocrisia. E os seres puros, sem maldade,  se tornam vítimas de  gaviões humanos que não exitam em ceifar vidas  para jogá-las num precipício, onde os vícios de toda ordem tomam forma e aniquilam a vontade e a razão. E cordas não são lançadas ao poço para resgatar quem lá se encontra preso e indefeso.
Entre o céu e o inferno fazemos nossas escolhas. 
E Deus não deve ser julgado quando somos castigados por nossos atos.
O livre arbítrio a nós cabe e nos acompanha em cada decisão tomada.
Quando ouvimos alguém se lastimar e apregoar que está no inferno, pode ter sofrido uma injustiça, ou pode ter tomado decisões errôneas.
Se quisermos pôr em prática nosso espírito humanitário, devemos tentar, de alguma forma, com palavra ou com boas ações, promover a cura espiritual dessa pessoa, que vai além da cura dos males do corpo.
Estar no céu é se aproximar do melhor de nós. Essa é a verdadeira essência que contém a centelha divina.
Algumas pessoas, para se livrar de ajudar o próximo dizem:
- Eu não creio em céu e não me importo com ninguém.
Mas esquecem de que ninguém se importará com elas em eventuais necessidades.
O céu que não é visível, que imaginamos ao longe, no horizonte e que Deus faz sua morada, esse não nos é dado entender muito bem.
Do mesmo modo, o inferno, imaginamos que seja uma fogueira que queima as vaidades humanas ou castiga a maldade praticada contra o semelhante.
No dia do juízo final, foi prometida ao homem, a visão do céu ou do inferno. Ou a visão do próprio Deus que virá para julgar a raça humana, ainda sobre a terra.
Mas como passaríamos a habitar essa terra sem fazer o bem, sem perceber que o céu nos contempla quando agimos com justiça e bondade?
Como esperaríamos o dia do juízo final sem preparar nosso céu interior para merecer as benesses do Senhor-Deus?
E por que os malfeitores arrependidos pediriam perdão, se não temessem a justiça divina?
Salvo melhor juízo, quero acreditar, que entre o céu e o inferno que nos rodeia, aqui na terra, precisamos plantar em solo fértil, arando e removendo as pedras e os inços, antes que criem raízes. 
E a semeadura será feita em céu aberto, em busca da felicidade e da harmonia do cosmos.
Nessa tênue linha que se coloca entre céu e inferno, temos que aproveitar o interlúdio a nosso favor e equilibrar sentimento e razão, amor e paixão, de modo a sonhar, num certo dia, e acordar, após transpor o portal, entre os espíritos de luz, que acreditamos existir.
Antes de criar nosso céu ou de despencar no inferno, sem volta, vamos agir com consciência e responsabilidade para obter ,pelo menos, o equilíbrio sustentável e a leveza espiritual que todos almejamos, sobretudo.

KATIA CHIAPPINI

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