Voltar a estudar depois de criar os filhos, não é uma decisão cômoda, mas sim, um ato de determinação e empenho.
É louvável ver uma pessoa assumir essa responsabilidade porque requer uma certa energia e disposição para enfrentar transporte via ônibus, os dias de prova, os seminários, os trabalhos feitos em equipe.
Os afazeres domésticos precisam estar sob controle, bem como a atividade dos filhos e a rotina do lar. Os passeios com o cão, o cuidado com as plantas, tudo precisa seguir sendo feito a tempo e hora.
Quando estudei e me formei em Direito, nessa capital, conheci um senhor que era prefeito no interior. Ele tinha 55 anos e conseguiu frequentar, uma semana sim, onde era aluno em tempo integral e outra não, quando passava a semana despachando em seu gabinete, na prefeitura.
Esse senhor percorria um longo trajeto e era muito estudioso. Na semana que estava ausente das aulas, os colegas organizavam os polígrafos da matéria e o mantinham informado de todas as atividades, incluindo a marcação de provas e testes.
Ele se formou em tempo hábil, foi escolhido orador da turma e recebeu muitas palmas durante a colação de grau.
Minha tia só cursou o magistério depois de ter suas duas filhas. Enquanto solteira não teve condições de continuar sua formação escolar porque trabalhava para ajudar os pais.
Como professora se realizou e alfabetizou muitas crianças no interior.
Nunca é tarde para adquirir o conhecimento.
Sabemos que a cultura oportuniza novos caminhos e insere o homem na sociedade, sem que se sinta despreparado quando precisa se comunicar, socialmente.
É uma realização atingir novos níveis de conhecimento, de sociabilidade. É possível perder a timidez em público e a vergonha que antes rondava por perto.
É comum conhecer professores universitários que seguem dando suas aulas e passam dos 80 anos, em sala de aula, perfeitamente lúcidos e admirados pelos jovens estudantes. A cultura encanta e causa surpresas, mas principalmente, supera os obstáculos e torna o homem emocionalmente mais saudável e intelectualmente mais amadurecido. E o espírito se fortalece e aceita os desafios com naturalidade.
Se acontecer do jovem parar de estudar, é preciso que alguém da família o aconselhe a retomar os estudos, logo que possível.
Hoje, há vagas para certos trabalhos aguardando pessoas de perfil adequado.
Então, se for estudar não descuidar de incluir um idioma estrangeiro no currículo e um curso básico de computação.
A competição está acirrada em nossos dias e quem melhor se preparar será o candidato hábil para assinar o contrato de trabalho.
Não sabemos o dia de amanhã, mas percebemos que é preciso expandir o leque de opções para ampliar as chances de trabalho.
As vezes, o cidadão percebe que está no cargo errado e que esse está se tornando um sacrifício diário.
Mas, não se deixa um cargo, de modo irresponsável, enquanto não se vislumbrar outro, enquanto não for efetivado na nova função.
Também, há pessoas aventureiras que precisam estar trocando e pulando de galho em galho.
Há outras que preferem ''engolir algum sapo'' para manter a estabilidade que já garantiram, pelas leis ligadas a concursos públicos e outras.
Só não se pode parar de estudar sem antes tentar, de todas as formas, seguir adiante. Pode-se até parar por um tempo e aguardar.
Aconselhei uma amiga que cuidava de idosos a se especializar na função.Ela fez o curso de cuidadora e passou a ganhar melhor, garantindo outros direitos, os quais, antes não podia requerer.
Se tivermos uma aposentadoria que se desvaloriza a cada ano, devemos pensar que ela não vai nos dar o sustento previsto. É preciso se envolver com um trabalho alternativo que dê prazer e que possa complementar os parcos recursos amealhados com a tal sofrível aposentadoria.
O ideal é não parar nunca. Quem se aposenta, está sujeito a ficar deprimido, esquecido num canto. E se viver de favor, vai ser cobrado por isso, constantemente.
Se não for estudar, é preciso buscar outro ganho. Pois não convém passar dificuldades na idade madura por falta de planejamento.
Enquanto houver saúde, devemos estar em atividade. O trabalho é bálsamo para o espírito. É o equilíbrio da vida. É o conforto para a alma inquieta. É garantia de um sono tranquilo.
Voltar do comodismo e buscar o estudo ou, pelo menos, um trabalho, em que se possa ser o próprio patrão, é usar a razão.
Não se pode esperar a corda ruir e deixar arrebentar a esperança de bem viver.
Ter coragem, não guardar rancor de ninguém, é erguer-se do chão, é buscar, com determinação, a melhor solução para a vida não desmoronar, na adversidade.
Desafios, os temos para serem vencidos.
Vencer, a qualquer tempo, os próprios desafios, sem receio de recomeçar, é lutar pela vida e pela tranquilidade na idade plena.
KATIA CHIAPPINI
VOLTAR A ESTUDAR!
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