O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MUNDO?

               O QUE ESTÁ ACONTECENDO
               NO MUNDO?

Impossível negar que estamos diante de uma crise de valores éticos e morais que está abalando as civilizações.
A importância dos direitos humanos é inegável, desde que aplicada com clareza e idoneidade.
Mas, o que vemos, infelizmente, é o cidadão penalizado, enquanto os delinquentes têm suas penas reduzidas.
O homem de bem vive entre grades, sai para o trabalho e não sabe se vai voltar são e salvo. O delinquente anda solto e, ao invés, de ficar na cadeia, perdoam-lhe a pena e exigem apenas que cumpra um tempo mínimo de trabalhos comunitários e pague o valor de uma cesta básica para ser libertado.
Os mais poderosos submetem os mais fracos que pouco ou nada podem fazer.
Os valores em moda são: poder, fama, luxo e riqueza.
Os valores que deveriam ser preservados continuam sendo os pilares da civilização que não podemos dispensar: a honestidade ,a justiça ,a solidariedade, a honra, a igualdade de direitos e deveres.
Mas a Declaração Universal dos Direitos Humanos não impediu a prática  dos atos que atentam contra a moral e os bons costumes.
Então, nos deparamos com massacres, genocídios, homicídios por motivo fútil, sequestros, estupros de vulnerável, perseguições religiosas e demais intervenções sangrentas.
Os avanços científicos e tecnológicos avançam na proporção inversa aos valores da existência humana, indispensáveis para a vida em sociedade.
Os meios de comunicação impõem uma conduta que não condiz com os princípios fundamentais do espírito. 
 As imagens projetadas na programação diária, são inadequadas para a infância e a juventude. 
A luta pelo poder leva o homem a ver seu semelhante como um perigoso competidor o que brutaliza as relações no trabalho. E esse modo de proceder desagrega o ser humano, que acaba por perder seus valores e sua identidade.
E a elite opressora, saibam, não detém a felicidade e nem a harmonia existencial. 
Quem pratica boas ações em relação ao semelhante, quem não se vale da inveja, do orgulho exacerbado, esse sim, pode almejar uma fatia da felicidade e o seu bem estar.
A agressividade gratuita está em toda parte. Assistimos cenas deploráveis de agressões, discussões entre pessoas que se valem de palavrões e desacato. Assistimos o desrespeito aos mais velhos, o desleixo para com a limpeza urbana, a continuidade das pichações em prédios públicos, a depredação das estátuas de vultos históricos, a desatenção para com os deficientes físicos.
Assistimos filhos gritando com seus pais e alunos agredindo seus professores. E políticos se agredindo nas sessões oficiais, entre as desavenças e desmandos do ´poder legislativo, executivo e judiciário, que estão perdendo sua respeitabilidade.
Presenciamos famílias de posse colocando seus velhos em asilos para se verem livres de atendê-los em suas necessidades.
Interessante é perceber que temos a inteligência, a capacidade de distinguir o certo do errado, temos a razão, o livre arbítrio e a consciência como sentinelas.
Mas, preferimos nos deixar levar por paixões, caminhos escusos, por apetites e inclinações que contribuem para nos dissociar de nossos valores, de nossas qualidades, que deveriam ser as fundamentais. Vivemos do ódio, e não encontramos em nós mesmos, a energia psíquica do amor. E deixamos de amar nossos filhos, a quem damos presentes em troca do carinho que esperam receber.  
Precisamos mudar, transformar, escolher um rumo certo, desafiar aqueles que se dizem nossos amigos, mas que estão ao nosso redor por interesse.Precisamos cobrar dos governantes os procedimentos prometidos durante a campanha eleitoral.
A educação é o veículo responsável que tem por objetivo levar a formação e a informação ao  homem. Através dela, o cidadão irá aprender a desenvolver complexas conexões lógicas e racionais que lhe possibilitem um convívio saudável em relação ao seu semelhante, respeitando-o em suas diferenças e circunstâncias.
Honestidade, disciplina, respeito, liberdade, justiça, são alguns dos valores que uma boa educação deve privilegiar.
Mais do que uma máquina de produzir lucros , o ser humano precisa se sentir parte de uma grande revolução do espírito, onde sua dignidade tenha valor, onde seus princípios não sejam deturpados, onde seu crescimento pessoal seja enaltecido e seu bom e especial desempenho, elogiado.
Não podemos analisar os vários aspectos que estão colaborando para o predomínio de um mundo, quase em trevas.
Essa é uma difícil tarefa para cientistas políticos, para sociólogos e historiadores.
Mas, o que importa é resistir de cabeça erguida, é não se deixar levar por promessas fáceis, nem por atividades tortuosas. Nem aceitar viver sob dominação, nem na promiscuidade, nem entre pessoas desonestas. 
E não é preciso bajular ninguém para subir. Convém mostrar valor e  empenho para atingir um lugar ao sol.
Precisamos crer na energia dos jovens estudantes de hoje.A eles cabe lutar pelos direitos políticos . Há organizações de estudantes engajados em movimentos articulados em prol de um país melhor.
A grande revolução há de banir da sociedade todos os corruptos que teimam em disseminar sua influência malévola aos incautos.
Para que possamos acompanhar os movimentos sociais e nos posicionar, não podemos deixar de ler boas obras. Só assim, poderemos interpretar o fato político, a transformação social, bem como, nos considerar aptos para eleger nossos representantes.
Não temos que acreditar em milagres. E, sim, no suor do próprio rosto.
O único milagre vem do trabalho honesto e não da riqueza obtida pelo exercício da dominação entre patrão e empregado. Esse último se encontra enfraquecido e vilipendiado, desprovido de apoio para reivindicar seus direitos subtraídos.
Todo o mal será questionado, descoberto e punido.
Pode demorar, mas o responsável será desmascarado e cobrado com juros.
 Para vencer a crise material, precisamos ter em vista que a vitória deve iniciar pela batalha em prol da volta dos valores fundamentais, éticos e morais, que estamos prestes a perder, ou que talvez já tenhamos perdido, em alguma estrada sombria de nossas vidas.
E se estivermos alienados, distraídos, ou vagando pela terra sem saber buscar nosso caminho, talvez, já tenhamos perdido muito do tempo que ainda nos resta.
E alguma credibilidade, salvo melhor juízo.

KATIA CHIAPPINI