Aquarela de poesias

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Poesias para você

segunda-feira, 14 de abril de 2014

UM CÃO CHAMADO SECO!

                           UM CÃO FIEL

Eu tive conhecimento de um fato, mais um, que demonstra a fidelidade canina.
Em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, um homem, morador de rua, levou uma pedrada e foi parar no hospital.
Quando foram examinar esse homem descobriram que tinha um câncer de pele e o deixaram mais tempo para fazer a cirurgia. 
O cão, de nome Seco, não deixou o hospital e lá permanece esperando o restabelecimento de seu dono.
Trataram de alimentar Seco e dar-lhe de beber, diariamente.
O homem não foi procurado por pessoa alguma.E parece que chama nossa atenção, bem mais a fidelidade do animal, do que as necessidades desse morador de rua.
Quando sair do hospital estará a mercê da chuva e do frio e sem ninguém que se preocupe com ele.
Mas Seco vai seguir se alimentando porque seu dono não vai deixar que lhe falte nada, mesmo porque, já dividia algum alimento que lhe alcançassem.
E a Prefeitura poderia ter investigado as condições desse homem através do órgão responsável pela assistência social aos desabrigados.
É lamentável que a criatura humana seja desprovida do senso de humanidade e seja tão omissa às necessidades de seu povo.
Onde ficam as promessas em tempo de eleição? 
Quantas vezes esse homem deve ter ouvido e acreditado nelas?
E quanto tempo ainda continuará na rua? 
É comum encontrarmos moradores de rua puxando um animal desnutrido à tiracolo. E se deslocando com ele para todo lado, além de trouxas e mais trouxas de inutilidades, e algumas roupas quase desfeitas, sujas e já inadequadas para o uso.
Mas Seco chama a atenção da população e recebe seu alimento diário e até pedidos de adoção.
Mas o homem de rua não se desapega dele por dinheiro algum.
Esse homem e esse cão possuem uma simbiose total e os elos dessa corrente não se desfazem. Um é a continuidade do outro e a fidelidade é recíproca.
E, se o homem não resistir às intempéries e amanhecer morto de frio, será mais um na multidão.
E, apenas o companheiro Seco, sua sombra,  irá novamente permanecer ao seu lado, enquanto lhe for possível. 
Porque o homem tem outras preocupações, as suas próprias, e sua posição social não lhe permite exercer a solidariedade.
E quando isso vai mudar?
Não vejo previsão alguma. Antes, a sociedade, como um todo, precisaria se preocupar com as causas sociais, fundar novos centros de atendimento ao morador de rua, possuir uma equipe que fosse levar alimento até eles, outra equipe que tentasse uma reeducação.
Porque sem modificar a mente do morador e mostrar carinho, sem promover alguns encontros com orientadores e psicólogos, ele não se convenceria de que é melhor sair das ruas.
E nessas horas um cão fiel é um tesouro valioso, um bem precioso e uma presença constante, merecendo o carinho e os atos de gratidão do morador de rua.
E o maltrapilho, vai vagando pelas ruas ,de pele quase nua e de alma, há muito tempo, totalmente nua.
Eu poderia sugerir que uma comunidade cristã aceitasse os serviços desse morador de rua propondo-lhe um trabalho de jardinagem ou de auxiliar de serviços gerais.
E que ele fosse pago para ter algum estímulo para mudar seus hábitos e sua direção.
Apenas, essa comunidade teria que ter o bom senso de o isentar do dízimo.
No mínimo, isso significaria lhe fazer justiça.
Porque, principalmente nesse momento da vida do morador de rua, seria necessário que vislumbrasse bons exemplos e um sentimento solidário e verdadeiro que levasse as pessoas a oferecer, sem esperar recompensa, um pouco do amor que se deve ao semelhante, como Cristo nos ensinou nas sagradas escrituras: 
- Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. 

                                     KATIA CHIAPPINI


                               E-MAIL: KATIA_FACHINELLO42@HOTMAIL.COM



3 comentários:

  1. Parabéns pelo tema, bem oportuno o assunto, em tempo em que, infelizmente, o ser humano torna-se cada vez mais materialista importando -se muito pouco com seu semelhante.VELEJ.

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  2. Sim,concordamos plenamente :EU E O VELEJADOR DE MINHA EMOÇÕES

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