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Quando nasceu minha primeira filha, minha sogra e amiga, fez questão de viajar por 8 horas, de Santa Catarina para Porto Alegre.
No interior, onde morava, era a parteira do lugar, por sua prática nessa atividade.
E sem que eu solicitasse, ela chegou em minha casa, prestativa e faceira, para esperar o nascimento da neta.
Minha mãe, logo após o nascimento, ia me ver no hospital e depois em casa. Mas quem cuidava do banho do nenê, de cortar as unhas, de limpar bem as orelhinhas, era minha sogra que me chamava para tudo observar e aprender.
A vó Carolina, minha sogra, tratava de fazer bolos e pudins para as visitas que não paravam de chegar.
Minha mãe e ela conversavam na hora do chá e mamãe se deliciava com os manjares da sogra, muito habilidosa nas artes culinárias.
Mas quem dormia em mina casa era a sogra. Se orgulhava de ter todas as habilidades para atender a recém-nascida e a mim, nas primeiras semanas.
Houve um dia em que a sogra preparou um chá de camomila com maracujá e deu para o nenê, para mim e também bebeu.
Nessa tarde conseguimos dormir umas três horas após o almoço e ela própria obteve o descanso do qual estava necessitada.
Logo chegou mamãe, bem descansada e alegre, portando uma sacola de mantimentos que entregou para a sogra dizendo;
- D.Carolina,a senhora pode repetir aquele pudim de côco e queijo fantástico?
E minha sogra:
- Melhor deixar tudo na sacola, D.Eulália, assim como está. Não repare, mas estamos descansando.
Mamãe aceitou o chá da tarde com biscoitos, mais simples do que o habitual, e seguiu conversando.
Em dado momento tocou no ombro de minha sogra e disse:
- E então, será que agora a senhora já descansou?
KATIA CHIAPPINI
MÃE E SOGRA!
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