Lembrei-me de que podemos ampliar nosso círculo de amizades, sem que isso exija muito esforço.
Essa observação me veio, de pronto, ao passar por uma pessoa que conheço de vista, de meu bairro, que me sorriu e cumprimentou como se já tivéssemos nos falado.
E como essa pessoa, passo por muitas outras, as quais conheço de relance e que me sorriem. Retribuo o sorriso, pensativa...
Em certa ocasião, uma vizinha que me conhecia, só de vista, bateu em minha porta, nervosa e apavorada, dizendo:
-Acabo de ver sua filha pequena apanhar da babá, no mercadinho.
Meu marido e eu tratamos de demitir a moça e fiquei muito agradecida à vizinha que se preocupou em me relatar o ocorrido.
E a moça estava em experiência, ainda.
Depois desse fato, ela e eu íamos levar nossos filhos na pracinha e compartilhávamos de uma cuia de chimarrão enquanto cuidávamos das crianças.
Em outra oportunidade, convidei uma moça que sentou ao meu lado, na igreja, para um evento literário do qual eu fazia parte. Eu a via aos domingos por ocasião da missa. Percebi que tinha um livro numa sacola e achei que gostasse de ler. Ela, prontamente, mostrou interesse em comparecer e passou a fazê-lo mais vazes.
Conheci um pai que cuidava sozinho de seus dois filhos e passava por ele, seguidamente ,porque morávamos no mesmo edifício. Comecei a falar sobre as crianças, enquanto, num certo dia, o ajudava a subir as escadas do prédio, como o carrinho do filho menor.
Ele passou a me pedir alguma orientação sobre procedimentos a tomar em relação à educação dos filhos porque eu lhe disse que tinha me formado em pedagogia e lecionado por 33 anos de minha vida.
Ainda, quando quebrei o braço, uma senhora que me conhecia e que morava sozinha, se prontificou a fazer pequenas funções domésticas, como fazer as compras e me ajudar na higiene diária. Foi gratificante me relacionar com ela e verificar a boa vontade que teve para comigo. Nem queria cobrar nada pelos seus préstimos. Mas fiz questão de remunerá-la e achei justo.
Conheci uma senhora aposentada do magistério, como eu, que estava numa sala de cinema, um pouco perdida, porque tinha entrado no lugar errado, pois queria ver outro filme e não o que começara. Tratei de sair com ela e procurar a sala certa. Depois disso, convidou-me para tomar um chá no shopping e ficamos amigas. E não me custou nada prestar esse pequeno favor a ela.
Minha ideia é comentar com os leitores que podemos nos aproximar de pessoas que vemos, seguidamente ,e que nos dão um sorriso ou um cumprimento matinal.
Muitas delas são nossas vizinhas e gostariam, por exemplo, de fazer uma caminhada diária com companhia.
Não custa nada improvisar uma conversa e ganhar mais uma amizade. E ainda contribuir para o bem estar da pessoa.
Certamente, antes temos de observar os hábitos, saber quem é, conhecer de vista, mas de longo tempo.
Todas as vezes que comecei uma amizade desse modo tive sucesso.
E creio que é bem mais seguro do que marcar encontro com pessoas que conhecemos nas redes sociais, em bate-papo, aleatoriamente.
E nessa linha de pensamento, um especial fato marcou minha vida e me fez perceber o quanto podemos ser úteis:
Socorri uma senhora que se batia numa cabine de telefone público, sem conseguir se equilibrar e parar de bater a cabeça nas paredes do cubículo. Estávamos numa avenida bem movimentada e ninguém parecia dar atenção ao fato.
Levei-a ao Pronto Socorro de táxi e pedi uma maca para que se dessem conta da emergência.
Depois do pronto atendimento o médico de plantão me chamou e disse:
- Parabéns pela iniciativa.
- Sim, doutor
- Se essa senhora demorasse mais 15 minutos para dar entrada a esse atendimento, teria tido um infarto fulminante.
Semanas depois fui visitá-la , a pedido dela, pois queria me agradecer.
Então me chamou de Estrela Dalva e disse que os anjos tinham me mandado até ela, naquela emergência.
Fiquei surpresa porque ela é que se chamava Dalva.
Por isso, amplie o seu círculo de amizades quando houver uma oportunidade.
Não nos damos conta de que a comunicação é importante para a saúde emocional. E que a falta dela ocasiona inúmeros divórcios e quebra de relacionamentos que se perdem pela indiferença e falta de diálogo.
Amigos são preciosos, indecifráveis, perfeitos e aconchegantes.
Amigos representam mais vida em nossas vidas.
Amigos nos tiram da depressão, do isolamento, da depressão profunda.
Amigos aconselham, nos acolhem em suas casas, nos levam ao psiquiatra, compram nossa medicação. E estão sempre presentes em nossa andança diária.
Sejamos mais acessíveis às amizades, sempre lembrando de que não somos ilhas. E que precisamos uns dos outros para nos fortalecer e evoluir espiritualmente para a alegria e benefício de nossas almas.
A amizade sincera não tem preço e não se lapida nesse mundo.
É um dom divino e só é dado a quem souber merecê-la.
Dedique-se ao semelhante, saiba se doar, faça-lhe o curativo, ouça suas desventuras e ame para ser amada.
KATIA CHIAPPINI
AMPLIE SEU CÍRCULO DE AMIZADES!
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