Aquarela de poesias

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Poesias para você

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

LIMITES

                                 LIMITES

A falta de limites está gerando uma onda de problemas sérios comportamentais. Essa é responsável por tornar uma criança confusa e a ansiedade se torna visível. Os pais dão ordens contrárias na frente da criança, de modo que, com o tempo, um deles é o vilão e o outro, o bonzinho.
Limite é uma formação que precisa vir do berço, é constante, gradativa e indispensável para que se possa viver em sociedade.
A falta de limites inicia no lar, se estende pela escola e vem refletir no grupo social. Os instintos à mostra levam ao surto psicótico que pode terminar em homicídio. 
Os maus hábitos como a ingestão de bebidas com álcool e o uso de drogas pesadas, acabam ocasionando acidentes nas estradas, seguidos de morte.
E presenciamos o desmoronamento dos bons hábitos e costumes.
Uma recente pesquisa nos diz que oitenta por cento dos egressos de instituições de tratamento aos drogados, não consegue se curar do vício. E voltam para se internar inúmeras vezes. As instituições, por si só, não bastam para erradicar o mal. É preciso que haja uma política pública voltada para o drogado com o intuito de recuperá-lo para a sociedade. Uma política voltada para manutenção, exigindo um trabalho honesto, um acompanhamento feito por assistentes sociais e psicólogos, determinando modos de proceder, advertências.
Como permitir que voltem ao mesmo grupo social que os levou ao vício?
E esses jovens, sem controle, vão acabar nas prisões, muitas vezes, sofrendo a dominação de outros presos que os enforcam, quando não são responsáveis por induzi-los ao suicídio. 
Em nível internacional temos as operações de guerra e matanças em massa que não respeitam nem as crianças.
Basta acompanhar Israel e Palestina ( faixa de gaza), Egito, Jordânia e os conflitos. Entre os 1800 palestinos mortos estão 430 crianças e 200 mulheres.
Quem sabe a retirada das tropas israelenses de Gaza possa trazer uma esperança de negociação, durante esse período de trégua, de 72 horas, que está sendo proposto. Mas é difícil de acreditar.
Temos Síria Rússia, Ucrânia, Líbia, Africa e outros países em constantes conflitos.Atualmente, Estados Unidos estão em guerra contra os insurgentes do Iraque. E até o papa Francisco tem se manifestado para que se consiga estabelecer um diálogo definitivo que ponha fim a tantas guerras que devastam territórios e matam, sem poupar os inocentes. E povos se descobrem sem moradia, sem terra, sem nada.
E parece que as organizações, tais como O.M.S; O.N.U; UNICEF, não estão cumprindo com sua missão e se empenhando em reunir a cúpula para estabelecer medidas eficazes.
Percebe-se uma euforia lamentável de atitudes insanas e os regramentos estão sem medida.
Em meu Estado: Rio Grande do Sul, Brasil, tivemos ,recentemente, dois fatos que poderiam ser evitados se a consciência dos limites e da responsabilidade falassem mais alto.
Um pai não chamou a atenção de seu filho que corria por fora, mas perto da jaula de um tigre  e o animal arrancou seu braço que acabou sendo amputado.
Outro homem, em alta velocidade, perdeu o controle do carro ao tentar  a ultrapassagem, em plena ponte. Caiu na água e matou toda família porque ninguém conseguiu sair do carro e todos morreram afogados.
Essas fatalidades são o ápice da falta de limites.
E temos a questão do desenvolvimento da tecnologia virtual que amplia a sensação de poder do indivíduo. É uma terra de todos e de ninguém, porque o anonimato provoca atitudes descoordenadas, imprevisíveis.  E estão, a todo momento, ameaçando a sociedade.
É a era da banalização dos atos do homem. Mas o mal não está no advento da tecnologia e sim no modo de usá-la.
Parece que estamos confundindo o mundo virtual com o real e se dá a perda de identidade.
Cada um de nós está mais preocupado com seus eletrônicos do que em conviver socialmente, conversar, fazer uma caminhada, tomar um banho de mar.
Talvez a raça humana esteja precisando de um ponto de ruptura que possa estancar essa permissividade.
Estamos vendo a falta de hierarquia, de disciplina, em todas as esferas e, principalmente, no que tange aos órgãos públicos.
Apesar do homem atingir picos inimagináveis com sua inteligência, estamos sendo dominados por um poder sem cérebro, que faz muito tempo, se descuidou da racionalidade.
E estamos sendo filmados e monitorados em todo lugar. Podemos dizer que nos sentimos numa prisão . E nela temos que permanecer, porque soltos estão os ladrões, assaltantes, assassinos e psicopatas de toda ordem, como uma ameaça constante a nossa segurança.
E pensar que tudo isso iniciou com a falta de limites no lar.
Mas, não seremos nós os julgadores. Percebemos que o pai e a mãe necessitam trazer o alimento para casa e descuidam da educação de seus filhos, porque chegam cansados e com vontade de se atirar num sofá, ver televisão, tomar um banho, lanchar e se deitar.
Nesse contexto não há lugar para ouvir do filho como foi seu dia na escola, quais as dificuldades em relação às disciplinas, que materiais devem ser comprados para as aulas de arte, quando vem o boletim.
E as babás muitas vezes deseducam quando não batem nas crianças. E as escolinhas infantis ficam com essa missão de dar as primeiras orientações e as noções de civilidade.
As vezes me vejo pensando em Jesus Cristo pregado na cruz.
Provavelmente, nem quer soltar seus braços, nem quer abraçar um povo insano que não o reconheceu.
E nem quer libertar seus pés,  porque não iria caminhar ao lado de homens desvairados e devassos, tão diferentes daqueles que deveriam ter seguido seus ensinamentos.
E amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, palavras do Pai, já não são ouvidas e constam na Bíblia Sagrada só porque lá permanecem escritas. Mas as palavras bíblicas são tratadas como se fossem fábulas ou lendas, ou ''causos'' como diria o gaúcho de minha terra, ao sul do Rio Grande do Sul.

                                  KATIA CHIAPPINI 


                                          -e-mail: katia_fachinello42@hotmail.com

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