Aquarela de poesias

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Poesias para você

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

NADA!

                                   NADA!

Não tenho nada a falar hoje. Nada que tenha planejado.  Simples assim. Nada que tenha planejado para postar um bom texto.
Mas nada lembra algumas considerações.
Se eu for pensar que nada me perturbou, que ninguém discutiu comigo, que nada fiz de que tenha que me arrepender, então, não vou perder minha tranquilidade.
Hoje não tenho nada urgente para providenciar, nem contas para pagar, nem tarefas junto aos meus netos e nada a reclamar de minha secretária.
Quase nada me perturba. Mas quem mandou ir até a escrivaninha?
Bastou pôr os olhos nas linhas do jornal para me perturbar com as notícias de guerra. Ora Ucrânia e Rússia, ora Israel e Palestina, ora Estados Unidos e Iraque. Sem falar no drama humanitário ocasionando 500 mortos em guerra de etnias no Iraque. E muitos desses, entre mulheres e crianças, foram enterrados vivos.
Mas aqui no meu país, Brasil, o jornal também só fala de acidentes de trânsito por imprudência, negligência ou imperícia, de assassinatos, de sequestros, de crimes passionais, de desvio de dinheiro público, de corrupção na política e nos órgãos públicos, da violência contra mulheres, crianças e idosos, da queima de arquivo resultante de conflitos entre traficantes e  consumidores de droga pesada e de gangues na disputa por território.
Deixo o jornal no lugar de onde tirei e percebo que  meu pensamento não ficou nada tranquilo e que, ao contrário, ficou tentando assimilar tanta violência, sem entender nada.
Quanto mais o homem evolui nas descobertas científicas e tecnológicas, menos consciência tem dos valores humanitários. É como se evoluísse para se destruir. E nada de crescer em relação à sensibilidade, espiritualidade e em estima pela humanidade.
Estamos próximos das eleições. Isso nos dá uma perspectiva frágil da possibilidade de alguma mudança.
Também sabemos que precisamos muito mais do que comparecer às urnas e colocar nosso voto.
Nada me deixa tão triste do que pensar que nossos netos ainda não irão ver essa mudança se descortinar num futuro próximo.
Algum dia, os homens vão ter um ponto de ruptura e serão obrigados a mudar o sistema, as estruturas e, quem sabe, até lá, teremos homens de caráter e dispostos a perseguir a paz.
E cada brasileiro pode dar uma pequena colaboração, agindo com honestidade e solidariedade, na profissão que escolheu para si.
Quando trabalhei em Grupo Escolar do Estado, procurei ministrar minhas aulas de modo que os alunos não só aprendessem o conteúdo curricular, como o modo adequado de se portar em sociedade. E antes de iniciar o conteúdo propriamente dito, preferia conversar com a turma e deixar um espaço para que falassem comigo de maneira livre, contando alguma contrariedade. E aproveitava para me colocar à disposição, para servir de conselheira ou confidente, conforme a necessidade do momento. 
E quando fui diretora da escola procurei harmonizar pais, professores e funcionários para que fosse possível viver em comunidade com um mínimo de atritos. E, com diplomacia e bons argumentos, consegui muito mais do que se me valesse de gritos e impropérios.
Pode parecer que nada se pode fazer, mas temos que começar por nós mesmos.
Depois surgirão as lideranças, os sindicatos de classe. E as reuniões e as possibilidades serão outras e de maior porte.
Então, nada tinha para falar hoje, mas percebi que nada de nada é impossível não surgir no pensamento.
Nada de preguiça, nada de se omitir, nada de justificar a má vontade. Cada, um de nós tem sua missão a cumprir e os estou convocando para assumi-la.
Nada de mal desejo a ninguém. Desejo uns instantes de meditação no sentido de sermos participativos em sociedade, mesmo que saibamos, que pouco ou nada sabemos da complexidade que é o ser humano. 
Mas nada de julgar ninguém, nada de atirar a primeira pedra, porque ninguém é superior a ninguém como essência. E toda a criatura traz a centelha divina para poder se redimir, pedir perdão e corrigir seus erros.
Os milionários podem perder a fortuna e os pobres podem enriquecer, mas, a qualquer hora essa situação pode se modificar para ambos e por diversas vezes.
Então, nada disso é o que vamos deixar de exemplo aos nossos descendentes. Apenas e notadamente os valores morais e uma vivência que esteja inserida nos costumes cristãos, o estudo e a determinação.Isso é o que iremos deixar. E vamos lembrar das palavras de Cristo:''ama o próximo como a ti mesmo  e como EU vos amei''.
Ou ainda: ''muitos serão chamados mas poucos os escolhidos''
    

                                        KATIA CHIAPPINI 
                        e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com  




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