Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

terça-feira, 16 de setembro de 2014

DIVAGANDO...

                            DIVAGANDO...

Se você pensar diferente de algumas pessoas que até aprecia, isso basta para que elas se transformem e exponham sua raiva para o mundo.
Você consegue manter um diálogo se for mais calada do que falante
Percebo que se estiver disposta a ouvir, vai deixar qualquer pessoa à vontade e se tornar mais simpática. Para discordar, no diálogo, tem que escolher uma pessoa mais evoluída, socialmente receptiva aos hábitos e costumes de hoje. O simples fato de emitir outra opinião pode parecer para o outro, que é permissiva, fútil, audaciosa. E, o modo de se expressar e entender certos comportamentos não significa aceitação .Apenas, cada um sabe de si, e desde que não prejudique os outros, a pessoa pode tomar uma ou outra atitude.
Quem já  foi casado mais de uma vez, isso por si só, não impede que tenha boas relações com os ex-maridos. Afinal, aos filhos interessa que seus pais sigam se tratando bem. Pior é esse jogo de empurra em que o pai fala mal da mãe ou a mãe do pai, deixando as crianças confusas e tristes.
Homens prepotentes têm a tendência de se arvorar em julgadores dos atos alheios. Ocorre que todos erramos para acertar depois. E ninguém é melhor do que ninguém, assim como ninguém é de ninguém. A possessividade rompe as bases do relacionamento.
Ou você ama e confia ou sua desconfiança vai levá-la a perder a paz por antecipação, porque supõe e imagina atitudes que as pessoas não tiveram. E mesmo que se diga a verdade, essas pessoas ironizam as palavras do outro. São capazes de provocar terror e acusar o próximo de atitudes que nunca pensaram em ter. E se preocupam em dissecar o passado, e alegar, dentro de uma previsão errônea, as próximas atitudes do semelhante. E com isso vivem ansiosas, irriquietas, sem sossego. E transmitem essa intranquilidade nos relacionamentos.
Quem não se dedica a amar com compreensão vai ter dificuldade de ser aceito. E quem não valoriza os momentos bons, as risadas, as brincadeiras, as piadas, os abraços, o carinho de tantos anos, esse, vai se fixar só nas horas de discórdia, fazendo delas um trunfo para jogar a qualquer tempo nas discussões. E não percebe que esse trunfo é de barro.
Então, nem falo de amor. Falo antes de amizade, de espírito humanitário, de compaixão de cumplicidade verdadeira. Falo de respeito, de grandiosidade de alma, de conforto espiritual, de paciência. Porque todos esses sentimentos são cultivados quando se ama, mas antes, quando queremos nos mostrar bons amigos.
E estou certa de que as qualidades são preteridas e os defeitos somatizados como se fossem vistos com lente de aumento.
Somos assim mesmo: insatisfeitos conosco e com o mundo ao redor de nós.
Mas há o bom senso para nos dizer quando erramos, quando devemos fazer um exame de consciência. E há um momento que, depois de tanta análise, vamos entender que escolhemos sofrer, ou ser infeliz, ou ficar na solidão.
Quem sabe nesse momento venhamos a buscar a evolução espiritual e dar uma nova direção aos próprios atos.
Quem sabe ainda possamos ser felizes.
Mas se não chegarmos a um momento de lucidez, a vida não nos sorrirá. Nem saberemos olhar para o sol, Vamos preferir ficar em casa de janela fechada, porque nossa alma estará no escuro e a luz nos fará mal.
Estudamos uma vida inteira e não aprendemos a viver em paz.
E também estudamos para aprender o auto-controle e na hora da desavença soltamos tiros de canhão para todos os lados, ao invés de exercê-lo.
Então me digam: como viver em paz se o semelhante não nos deixa em paz?
Como tentar compreender se não somos compreendidas?
Por mais que viva e conviva com tantas pessoas, ainda não tenho a necessária sabedoria para conseguir me fazer entender.
Não tenho a capacidade e nem a pretensão de saber lidar com a criatura humana quando essa parece insensível aos verdadeiros sentimentos e teima em se fixar em detalhes insignificantes diante de um sentimento maior e autêntico.
E no amor não há meio termo: ou se ama ou não se ama.
E nas paixões não há eternidade. Quando elas deixam de ser incendiárias, nesse momento, vai começar o relacionamento amoroso, aquele que o padre pergunta se sobreviverá na saúde e na doença, na alegria e na tristeza.
E aquele mesmo padre ainda acredita na promessa dos casais que repetem apenas um cerimonial antigo e de impacto na sociedade.
E nem precisa haver padre. Basta que os casais se comprometam entre si a cultivar o amor, o respeito e a lealdade.
E quando não houver mais amor, o que é mais difícil, deve-se usar de honestidade e ter coragem de dar a liberdade, um ao outro, sem manter a  hipocrisia e a continuidade de uma farsa dentro do lar.
Só a coragem diferencia o homem digno daquele que se deixa levar pela manada, pela massa de manobra, como ovelha submissa.

                                 KATIA CHIAPPINI 




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