CULPA
Culpa!
CULPA:BREVE ENSAIO
Culpa é um sentimento que nos invade, por algum tempo,mediante alguma especial circunstância.
Há a culpa que nos leva a pedir desculpa. E esse arrependimento, se sincero, pode nos levar à reflexão, no sentido de não repetir o mesmo erro.
Há culpa que nos assola quando colocamos nossos idosos no asilo. Pois, tive oportunidade de presenciar a tristeza de pessoas idosas, mas não doentes, que lá estavam sem nem entender bem a razão do abandono. Assim como vi alguns familiares deixarem o cheque do pagamento mensal na secretaria da instituição, sem nem se dirigirem aos aposentos dos idosos.´que lá deixaram.
Há a culpa de motivação espiritual .É aquela que impulsiona a tomar um rumo correto em relação a própria vida. É quando você invoca seus santos protetores e toma uma decisão acertada e importante para continuar vivendo com dignidade e honra.
Mas há uma espécie de culpa que parece demoníaca. É quando domina sua vida de modo a acorrentá-la a um submundo, onde as pessoas sem rumo tentam empurrar você para um caminho sem volta, para um precipício muito fundo, onde a escuridão lhe impede de raciocinar, onde a consciência parece ter morrido, bem antes que o corpo desfaleça.
O medo recorrente leva à culpa. A culpa se alimenta do medo e a pessoa se retrai de si mesma.
Quando discutimos com pais e filhos, se a índole for bem formada no seio da família, não deixamos a culpa nos atormentar e nos desculpamos.
Quando o orgulho, outro sentimento menor, fala mais alto, podemos passar muitos anos sem nos desculpar. E essa culpa cresce e nos domina. E depois, descobrimos que bastava um dos envolvidos tomar a iniciativa para que o outro confessasse sua intenção de perdoar, porque nem guardava mais rancor.
Quando o sentimento de culpa nos perturba, precisamos agir em tempo hábil, para evitar outros danos. E agir em tempo hábil significa não nos deixar tomar por outros sentimentos escusos e agregados, o que torna a tomada de consciência mais distante.
Quando uma jovem mãe faz aborto por se ver sozinha, sem o companheiro que sumiu, mais tarde se culpa por não ter conseguido gerar outros filhos, em consequência de sequelas provocadas pelo aborto. Essa culpa se transforma em um fantasma, em uma nuvem sombria que a envolve por longo tempo. E que acarreta sofrimento.
Quando uma pessoa está nos últimos suspiros em seu leito de morte, é comum solicitar a presença de alguém de seu interesse para poder se desculpar e ir em paz para outro plano.
É comum ouvirmos relatos de pessoas que revelam segredos de toda ordem e que os revelam antes de falecer, porque não querem partir com culpa.
A pessoa temente a Deus precisa se desvincular do sentimento da inveja, do descaso, do desamor, da ingratidão, do medo e da culpa.
Sempre que tivermos um conflito interior devemos pedir ajuda ao semelhante, abrir o coração e não acumular culpas.
A culpa destrói a alma, o corpo, o espírito, a determinação, a iniciativa e todos os melhores sentimentos.
É uma nuvem negra que, enquanto não se dissipa, fica a rondar dia após dia, sem dar trégua e muito menos,paz.
Nos dias de hoje a futilidade toma conta da criatura.
Acumular bens, praticar procedimentos estéticos em demasia, não aceitar a velhice com dignidade, o que se reflete no visual, voltar-se para si mesmo e não acolher o próximo, praticar promiscuidade em nome da liberdade, tudo isso, são maneiras de buscar uma fuga da realidade, o que, com o tempo, passa a gerar arrependimento e culpa.
A beleza exterior passa e a interior é a verdadeira. É a que dá sentido à vida.
Preocupe-se em ser partícipe de uma comunidade que precisa de você. Ofereça sua solidariedade e a receberá em dobro.
E saiba que a sua liberdade deve ser consciente e responsável, sem invadir a liberdade do próximo.
Se você não aprendeu a pedir desculpas, sempre há tempo para rever conceitos. É importante exercer a humildade para adquirir a maturidade.
Então, culpe-se e desculpe-se quantas vezes forem necessárias para viver em harmonia com o cosmos e para acolher a paz em seu coração.
KATIA CHIAPPINI
CULPA
ResponderExcluir