Aquarela de poesias

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Poesias para você

domingo, 10 de maio de 2015

DIA DAS MÃES; 10 DE MAIO / 2015 /

               KARINA, MINHA FILHA, E EU

Quando Karina, minha primeira filha, nasceu, eu me assustei com a dor do parto. Ninguém havia me orientado sobre a intensidade dessa dor .Cheguei ao hospital logo após as primeiras contrações porque a dor me obrigou a isso. Minha sogra ouviu a frequência de meus batimentos e chamou um táxi. Nem tive tempo de fazer a higiene devida nesses casos. Fui diretamente para a sala de parto cumprir minha missão. Ao deitar na cama comecei a gritar sem controle. E nem acreditei que aquela pessoa espalhafatosa e sem noção era eu. Deveria ter ensaiado essa cena, antes, para não fazer esse fiasco insólito.
Meu marido e minha sogra estavam no corredor bem próximo ao local onde eu me encontrava.
Ele perguntou se dirigindo a minha sogra:
-Essa é a Katia, gritando desse jeito?
- Sim, é a Katia, meu filho.
A essa altura, o médico me pedia que fizesse mais força, mais e mais...
Ele me dizia:
- Aguente só mais um pouquinho, mas faça força...
Minutos depois nascia minha filha Karina. Ao ouvir o seu choro vital eu chorei de emoção e as lágrimas não paravam de correr.
Sentia-me cansada e desmaiando pelo esforço feito. Estava quase dormindo de cansaço quando percebi que a voz da enfermeira me falava:
- Posso colocar sua menina em cima de sua barriga? Quer ter o prazer de abraçá-la?
Eu, como metódica e fiel virginiana,falei:
- Não, primeiro leve esse bebê para lavar e retirar todo esse sangue.
E lá se foi a enfermeira sob o olhar surpreso dos presentes.
Karina, já mocinha, um dia resolveu me perguntar:
- É verdade, mãe, que quando a criança nasce, a mãe quer acariciar, beijar e deixar sobre sua barriga o seu bebê?
E eu, sem pestanejar:
- Só depois de receber o bebê limpinho, sem todo aquele sangue,minha filha.
E ao mesmo tempo que eu falava isso observava o rosto da filha com um sorriso amarelo e sem expressão.
Mas comecei a rir tanto que a fluidez natural desse riso deixou a filha desconsertada. E ela me olhou e disse:
- Deixe pra lá, minha mãe!
E começamos a rir e muito, juntas

                                   KATIA CHIAPPINI
                        e-mail;katia`fachinello4@hotmail.com



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