Naquela noite eu me apresentava, ao piano, no Hotel Plaza. Era uma noite especial para mim. O piano de cauda estava no salão de um restaurante, num pequeno palco.
Ao chegar me ofereceram o cardápio para escolher o que gostaria de pedir para jantar. Aceitei apenas um pequeno lanche.
Na mesa principal estava a família de Seu Victor ,um dos sócios.
Percebi que aplaudiam, de tempos em tempos. Eu agradecia com um gesto e um olhar.
Um senhor se levantou e me agradeceu pela música francesa que ouvira em Paris, recentemente.
Uma amiga chegou, sentou-se à mesa bem perto de mim. Logo chegaram outras colegas do magistério.
O garçom se encarregava de deixar em cima do piano algumas músicas solicitadas e cujos nomes estavam escritos em guardanapos de papel.
Um senhor me presenteou com uma fatia de torta e uma lata de Coca Cola, para eu apreciar no intervalo entre um toque e outro. E dividi com minhas colegas.
Quase ao final da noite, surpreendeu-me a chegada de um boy com um ramalhete de flores: eram rosas vermelhas.
Cheguei em casa, fui para o meu quarto e só então consegui colocar as rosas num vaso e regá-las.
Coloquei uma música, me ajeitei para dormir e retirei um cartão que estava entre as rosas.
Pensei:
- Quem sabe agora vem o melhor da noite...
Retirei o cartão do envelope, abri com carinho, vagarosamente.
Então, coloquei os óculos e li:
- Estou pensando em ti e tua alegria é a minha...
E na maior emoção fui ver quem seria o remetente.
Procurei, avidamente, a assinatura e li:
- Da mamãe.
KATIA CHIAPPINI
MINHA MÃE E EU!
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