Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

AUTO-ADJETIVAÇÃO

               
                        AUTO- ADJETIVAÇÃO

Precisamos ter cuidado para não afastarmos as pessoas de nosso convívio.
Uma pessoa que não sabe ouvir se torna indesejada.
Se for invejosa e demonstrar isso, não terá amigos.
Se for aquela pessoa que só fala de doenças ou faz comentários fúteis, sem saber manter uma conversação, também acabará ficando deslocada e sozinha.
Mas se for uma pessoa que se acha superior, ninguém irá suportar.
Esse tipo de pessoa parece que sabe tudo, não aceita opiniões, caminha de nariz erguido e demonstra prepotência.
É um tipo de pessoa que precisa ser elogiada, bajulada porque pensa ser  e quer ser o centro das atenções.
Se formos pessoas simples, podemos viver sem contar vantagens o tempo todo. E nem por isso vamos perder nosso valor.
Se tivermos algum talento especial vamos esperar que outros percebam e que os elogios venham ao natural.
A auto-adjetivação consiste em ostentar riqueza, fama ou poder.
A pessoa se permite dizer que é a mais bonita, a mais bem vestida ou a mais inteligente.Ela fala o tempo todo de si mesma.
Há uma necessidade de se mostrar superior, de chamar atenção para si. 
A auto-adjetivação não é bem-vinda porque não traz a ideia de uma pessoa simpática. Ao contrário, dá a ideia de pessoa petulante, cheia de si, que exibe seus atributos e se expõe deliberadamente.
É certo que podemos vibrar com um troféu recebido, medalha ou certificado, com nossas boas notas, com nosso desempenho no trabalho. Mas isso não pode monopolizar, não pode ser nosso único assunto em sociedade.Pois cria uma situação nada polida e pouco adequada.
Vibrar com os estímulos recebidos, com o afeto dos pais e irmãos, com as amizades fiéis, tudo isso é mais saudável e deve ser uma prioridade na vida. Vibrar com um abraço caloroso, com um convite para dar um passeio, com os netinhos que nos telefonaram, com nossos avós que estão para chegar, tudo isso diz respeito aos sentimentos e trazem alegria e conforto às nossas vidas.
Não podemos perder nossos valores.
Nossas qualidades virão à tona.
A auto-adjetivação é sinal de egocentrismo porque o tempo que  levarmos falando de nós mesmos, é o mesmo que iremos perder de ouvir a outra pessoa. 
Acumulamos vaidades e futilidades sem perceber que estamos deixando de lado o nossos semelhante.
No campo da gramática podemos falar em adjetivação quando um escritor tem um estilo literário que privilegia o uso dos adjetivos para ornamentar o substantivo.
Esses adjetivos valorizam a narrativa e os romancistas os empregam com exuberância.
Ao contrário da auto-adjetivação que provoca uma distorção no comportamento, uma quebra da naturalidade.
A sabedoria está na pureza de espírito, na sinceridade, na autenticidade.
Nunca na auto-adjetivação que remete ao narcisismo.
Não podemos perder nossa identidade e nem nos apresentarmos usando máscaras sociais. 
E não é lícito subir pisando nos outros . Convencer--se de uma falsa superioridade é mostrar uma inferioridade de espírito, disfarçada. 
São carências afetivas que provocam essa ânsia de ser visto a qualquer custo.
Deus deu a cada um, um ou mais talentos. 
E ninguém precisa se comparar a ninguém e nem se julgar superior.
Basta semearmos, lançando a semente em terreno fértil, para colher os melhores frutos que a vida poderá nos ofertar.
 E se formos nos  orgulhar de algo, que seja de palavras e atos que quisermos deixar de exemplo para nossos descendentes.
O espírito se fortifica com ações solidárias.
A auto-adjetivação bloqueia nossos valores e dá vazão à futilidades.
Uma reflexão se faz necessária para equilibrar os ponteiros da balança.
E quem tem valor sempre será notado, sem que necessite fazer ecoar de norte a sul, suas qualidades.
Que a autenticidade e a singeleza sejam a nossa verdade e identidade.
Sem lenço e sem documentos ficarão os insensatos, bajuladores, desonestos e inoportunos.

KATIA CHIAPPINI

Um comentário: