Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

COLEGAS DE BIBLIOTECA

                   COLEGAS DE BIBLIOTECA

                              Colegas de biblioteca
Tenho meus colegas, os livros, como entes vivos em meu dia a dia.
Abro a janela, tiro o pó, disponho por assuntos, pesquiso os temas escolhidos.Os livros agradecem.
Meus colegas de prateleira parecem me entender.
Amo a companhia deles e minha expressão facial se modifica quando estou lendo.
Sinto paz e ternura quando estou cercada pelos livros de todas as tribos.
O Pequeno Príncipe me acena e me lembra de que o essencial é invisível para os olhos.
Mario Quintana me lembra, entre sério e imponente: eles passarão e eu passarinho.
Fernando Pessoa já cansou de repetirei seu lema: tudo vale à pena quando a alma não é pequena.
Meus colegas de biblioteca chamam por mim.Não posso ficar muito longe deles.
Ser ou não ser, sei que nada sei,quanto mais conheço os homens mais admiro os cães,faça- se a luz e a luz foi feita,conhece-te a ti mesmo, olhe para todas as mulheres mas conserve a sua direita (duplo sentido ), ninguém é de ninguém, assim caminha a humanidade, todas essas citações estão nos livros que vislumbram um amplo leque de possibilidades.
A história da civilização está bem documentada nos compêndios encadernados de meus colegas de prateleira.
Minha cadeira de balanço, sob a janela do quarto de dormir, está sempre a postos para a hora da leitura.
Emília, Dona Benta, Narizinho, Visconde de Sabugosa e Tia Anastácia, são os personagens de Monteiro Lobato que estão contidos nos 12 volumes , encadernados e com capa vermelha, que se destacam em minha estante.
A Comédia Humana de Honoré de Balzac, com 17 volumes é um patrimônio cultural do qual não abro mão.
Autores nacionais e internacionais se unem, sem que uns queiram superar outros.
O saber não se mede, não se compara.
Todos os livros guardam sua essência.
E desde a época do pergaminho até o advento do livro digital, a literatura vem dando sua valiosa contribuição à cultura universal.
A mídia televisiva já apresentou em suas novelas, algumas obras literárias de Jorge Amado, Érico Verissimo, dando sua contribuição à literatura.
Meus colegas, dispostos em prateleiras parecem congelados e mudos. Mas não o são.
Podemos dar vida ao texto, lendo em voz alta, declamando, memorizado, no teatro, ou nos inspirando neles para escrever nosso próprio estudo, nosso poema ou prosa.
Há uma preciosa coleção de livros orientais que se refere às histórias das Mil e uma noites e versam sobre poemas e histórias dos califas e nobres reis e príncipes dos imponentes castelos, repletos de odaliscas, seresteiros, menestréis, em festas e bacanais das cortes.
O sultão era dono absoluto do poder e sua palavra era lei.
E as esposas desfilavam em seus aposentos como mercadorias de luxo no mercado persa.
Meus colegas de prateleira são valiosos, não pelo valor de mercado, mas pelo valor estimativo que remete ao meu pai, um bom leitor e poeta nato.
Papai e eu tínhamos o hábito de trocar ideias literárias e deixar o tempo passar, sem pressa de retornar à realidade.
Deixo aqui meu louvor e agradecimento aos livros que são meus mentores espirituais e incansáveis companheiros.
Os livros são meus colegas de trabalho e fonte de minha inspiração .
Devo a eles as horas de sonhos, de levitação temporária, de conhecimento.
Mas, principalmente, devo a eles, a construção de uma harmonia que faz parte da evolução espiritual.
E que respiro por todos os poros, em tempo e a qualquer tempo.
Meus livros, meus tesouros!
Kátia Chiappini

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