Aquarela de poesias

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Poesias para você

sábado, 21 de junho de 2014

CORA CORALINA

               CORA CORALINA ( 1889-1985)

Segundo Carlos Drumond de Andrade, no fim do século passado, nasceu a mulher mais importante de Goiás.
Seu nome era Ana Lins Guimarães Peixoto Bredas, Aninha ou Ana Bredas. Mas usava como pseudônimo Cora Coralina. Sua instrução se resumiu à escola primária.
Desde menina gostava de ler em casa e usar as palavras com adequação e alguns sinônimos mais elaborados, o que tornava sua linguagem diversificada. Seu exemplo foi sua bisavó que era boa leitora.
Nessa época a mulher dita''sabichona''não era bem vista e Cora Coralina logo percebeu que seria difícil falar de seus escritos que vieram logo, em sua infância. Cora Coralina cresceu e se casou. Era dedicada aos afazeres domésticos e ela mesma fazia pães e doces para vender e sustentar os filhos.
Ela foi professora primária. Mas sentiu que precisava escrever e deixar verter essa inspiração que atormentava sua alma como se fosse um vulcão pronto para a explosão. Mas guardava seus cadernos como se fossem, e eram, um segredo inviolável.
Mais tarde, quando ficou viúva e tendo criado seus filhos que foram deixando a casa, voltou-se para suas atividades literárias. Teve sua obra descoberta pelos sobrinhos, netos, estudantes e professores universitários. E a primeira publicação fez aos 73 anos de idade, patrocinada pela Universidade Federal de Goiás, em cinco edições.
Esse documento é , ao mesmo tempo, a história do folclore e da poesia regional.
Em 1983 Cora Coralina foi escolhida a intelectual do ano pela União Brasileira de Escritores e pela Folha de São Paulo. Nessa ocasião lançou ''Meu livro de Cordel'' e ' Vintém de Cobre''. Essa última obra foi uma das cinco melhores do ano em concurso promovido pelo Museu de Literatura de São Paulo.
Seus temas se prendiam à vida rural e agrícola, lendas e algumas preocupações de cunho social. Dessa época podemos citar;
'' Mulheres da Vida', ''O menor abandonado', '' Oração do pequeno delinquente'' e '' Oração do presidiário''.
Cora Coralina analisa o sistema educacional da época condenando a prepotência e se preocupa com a evolução cultural.
Escreveu'' A oração do Milho'' e o'' Poema do Milho', onde salienta o valor do milho não só como sustento das famílias de Goiás.
Cora Coralina era uma poetisa lírica natural e seu canto era de esperança. Foi adepta da vida simples, do trabalho, da perseverança, como propulsora de uma nova era onde houvesse paz.
Aos noventa anos de idade era capaz de narrar, com coerência, os fatos que vivenciara.
Sua sabedoria era empírica e vinha do desejo de criar e recriar a beleza da forma na poesia e o sentido da vida.
Ela dizia;
-Minha poesia cascateia há milênios, já estava viva e eu nem era nascida.
 Então,ela veio correndo num veio longínquo de cascalho.
Frases de Cora Coralina:
-Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir e chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri no caminho incerto da vida que o mais importante é decidir.
- Se temos que esperar que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. S e for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
-Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma.
-Eu sou aquela mulher que fez escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.
- O saber se aprende com os mestres e a sabedoria com a vida.

                                   KATIA CHIAPPINI


                      e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com

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