SIMPLESMENTE ANDO...
Ando só de carona
Sei que preciso ir
A energia impulsiona
Quem nasce deve partir
Simples ou complexo
Sou um filho da história
Consistente ou sem nexo
Tenho a minha trajetória
Ando mesmo sem comando
Livre mas sem expressão
É a vida me transportando
Com fragmentos de solidão
As vezes a sinceridade
Nos torna um incompreendido
Faço par com a simplicidade
Mas não ouvem o meu gemido
Não guardo pedras na mão
Sei curar a minha ferida
Na rua faço meu serão
E ao cavalo dou guarida
Sou galho jogado ao vento
Só tenho retalhos para juntar
Na madrugada me contento
Com um banco para deitar
Não corro para não chegar
Nem definir meu caminho
Vou pedir para alguém me ajudar
Estou vivendo em desalinho
Ando por avenidas e ruas
Não tenho quem me conteste
Vou conhecendo almas nuas
Percorro corpos sem veste
Mas abraço de fé não recebo
Só me falam por acaso
Da solidão então eu bebo
Sem documento, sem prazo
Se um dia achar a verdade
E deixar o trago como abrigo
Vou recomeçar com intensidade
E esperar que voltes comigo
Ainda me sinto castrado
Saí de cena no primeiro ato
Sem cuidados e abandonado
Nem sei se morro ou se mato
KATIA CHIAPPINI
Andar, andar, andar e sempre para frente.
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