Aquarela de poesias

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Poesias para você

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ANO NOVO NA PRAIA DE TORRES-R.G.DO SUL-BRASIL

                   ANO NOVO EM TORRES

Estou no lugar de que mais gosto de estar: praia de Torres.
Desde criança veraneio nessa linda''princesa do mar''. Antes com meus pais e irmãos, agora com filhos e netos ao meu redor.
A magia se inicia ao entrar na cidade porque o ar muda e se renova imediatamente. E respiramos a natureza e a tranquilidade. A cidade se mantém limpa, convidativa e hospitaleira.
A paisagem é emoldurada por rochas, areia branca, dunas, canteiros floridos, praças, mar e rio, um lindo farol e um quantidade de navios pesqueiros que cortam o rio Mampituba com suas redes. E por homens judiados do sol e de pele marcada, mas que não trocam a beira da praia por nada desse mundo. As famílias dos pescadores se acomodam em cadeiras que trazem de casa e acompanham a pesca. E se propõem a auxiliar na limpeza e nas tarefas que se sucedem. Muitos moradores do local já compram o peixe e limpam em suas casas. Outra parte vai ser vendida nas peixarias ou supermercados.
Quem observa os homens trabalhando e permanece à beira do rio, logo se depara com o barco de turismo que convida a visitar a ilha dos lobos. Ou com o dindinho, um ônibus de passeio que leva os interessados a percorrer toda a praia.
As pessoas sentam nas sacadas, ao anoitecer, congregando parentes e amigos para uma conversa descontraída, regada com alguns goles de cerveja ou caipirinha.
Um grande número de turistas ocupa os hotéis da cidade e senta nos bancos da praça central para ouvir o som de flauta peruana, ou o do violino. Nessa mesma praça se apresentam artistas de toda ordem que estão de passagem e a rotatividade é impressionante. As atrações são muitas: palhaços, capoeiristas, cantores, bandas locais, tatuadores, caricaturistas, mágicos e homens que viram estátuas e encantam a criançada.
Percebe-se uma energia contagiante em todo o lugar. E muitos sorrisos e descontração entre as pessoas. Todos querem agradar, uns aos outros, conviver de modo a aproveitar o veraneio da melhor forma possível.
 A noite realmente é uma criança porque vemos o futebol de areia, os desportistas se exercitando, os namorados de mãos dadas. Escuta-se o som do violão nos bares à beira-mar, entre barracas de churros, cachorro quente e outras guloseimas.
 A iluminação do calçadão é excelente e até as crianças tiram os sapatos para brincarem na areia ou dançarem nos tablados de madeira onde se promovem brincadeiras ao som de música, na parte da tarde. 
Os hotéis possuem salas de recreação onde se vê grupos jogando sinuca, xadrez, ping-pong, futebol de mesa, carteado.
Há televisão, mesas e cadeiras para quem quiser ler e espaço para abrir o computador.
Mas o espetáculo grandioso vem da imponência do mar que domina e se destaca na paisagem. Pode-se ver garças, aos bandos, esguias e faceiras, caminhando na beirada.
Algumas pessoas se estendem ao sol, outras preferem o banho de mar, outras sentam-se sobre as rochas, famílias se abrigam em barracas. As crianças fazem castelos de areia e passam, de um lado para outro, buscando água do mar em seus baldes, para brincar com a areia molhada e fazer bolos, caminhos ou buracos bem fundos que cavam até achar água. 
Nas fisionomias se percebe a alegria e, em certo momento, todos viram crianças grandes e ficam correndo atrás dos filhos para brincar com eles. São demarcadas as canchas de tênis de praia, futebol ou basquete.
Eu volto ao mar na parte da tarde e fico sentada bem na beira para observar a beleza que envolve toda a paisagem, bebo um suco de abacaxi, entro mais um pouco e brinco nas ondas, dou uma caminhada e volto para casa. Espero aquela hora de encanto sem par, quando o sol se esconde e a escuridão da noite vai surgindo e mudando a cor do céu. E aquela brisa reconfortante me invade, me oxigena e fortifica.
E fico a olhar os barcos, os surfistas, os idosos que não largam as mãos, os balões cruzando o céu, os aviões voando baixo e o piloto abanando para a população.
E essa liberdade que toma conta de mim e esse mar que me olha com olhos de verde espanto, nunca poderei descrever. Mas posso sentir que me faz feliz, me torna mais saudável e me dá uma nova energia que invade o corpo e a alma. Sinto que fico mais perto de minha essência e, ao mesmo tempo, dou um intenso sabor à vida.
O mar me chama nos verões. Mas eu o tenho nas quatro estações do ano. E gosto de dizer que o mar é meu irmão porque convivo com ele desde bem pequena e nunca o abandonarei.
E meus olhos verdes são verde-mar para aprofundar esse especial sentimento.
E não vou deixar que enfraqueça, e muito menos se dissipe.
É desse amor que tiro meu estímulo para viver. E desses momentos em que vivi rodeada com minha família e amizades, nos verões, na praia de Torres, retirei os  melhores frutos de minha existência.
E quero acreditar que da visão do mar e sua majestade, reafirmo minha própria visão de liberdade e transformo as fraquezas em força, como se quisesse me espelhar na maré cheia.
Torres é a praia que me acompanha e que se tornou minha bagagem permanente. E olhando o mar, meu irmão simbólico e meu norte, penso que dele retiro as forças que jamais sonhei.
E nem os fogos de artifício que serão lançados ao céu pela passagem do ano novo, num espetáculo pirotécnico ímpar e que será assistido por milhares de pessoas que aqui já se encontram, lotando a rede hoteleira, nem esse acontecimento terá beleza maior do que o esplendor do mar, misto de magia, mistério e sedução.

                                       KATIA CHIAPPINI 




Um comentário:

  1. MEU IRMÃO DE FÉ, ONDE DEPOSITO MEUS SONHOS,MESMO QUE ESTEJA NA IDADE MADURA.
    SONHOS BROTAM DA ALMA E NÃO SE PODE CONTÊ-LOS.

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