Aquarela de poesias

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Poesias para você

terça-feira, 8 de maio de 2012

AMOR

 O AMOR COMO POSSIBILIDADE

Muitas vezes questionamos sobre a possobilidade de amar. A permissividade avança em todos os lugares e homens e mulheres se permitem brincar de amar.
Criar laços e aceitar a responsabilidade de amar, deixou de ser uma prioridade.
E o sentimento que move o mundo se desvirtua e perde a razão de ser. Se reveste de outras roupagens, de mil fantasias e torna-se um caminho sem volta.
Não se constrói mais o sentimento com racionalidade e livre arbítrio
Parece ser mais fácil aceitar os parâmetros vigentes, seguir o rebanho das ovelhas. Sob o falso pretexto de estar na moda, de estar em evidência, a transgressão se avoluma e nos aproxima da derrocada dos verdadeiros valores que devem nortear a civilização.
Dentro desse quadro sem brilho, será possível, ainda, acreditar no ser humano?
Talvez se voltar o ramalhete de flores, se o champanhe dourar a noite, se os lençois estiverem perfumados,se o amado quiser ser mais amado. Ou quando o cavalheiro alcançar o lencinho branco lançado ao chão, ou levar a dama até o portão da casa e aguardar, no carro, para dar-lhe um último aceno.
Ou ,quem sabe, se convidar a amada para olhar o sol, tomar um banho de cachoeira ou de chuva. Ou se ainda lembrar de comprar pipoca para oferecer aos pombos nas praças.
Ou lembrar de colocar água, e um pouco de açucar, no vasilhame que se pendura na árvore para que o bem -te-vi possa beber.
Ou se o olhar procurar outro olhar cativante que saiba enxergar, ou um ouvido atento que se preocupe em escutar. Ou um braço carinhoso que saiba se deixar abraçar, ou um ombro cansado, mas nem tanto, que possa servir de apoio nas horas tristes, ou uma simples presença silenciosa, cujo eco seja mais significativo que a palavra vã.
Ou se o sorriso bastar para envolver os amantes, convidando-os a percorrer outros caminhos, pela trilha do próprio interior, do auto-conhecimento.
Ou quando for possível caminhar ao longo da praia e parar só para ver a imensidão do mar ou o despertar da primeira estrela. Ou quando se souber brincar com as conchinhas que teimam  em perfurar a areia molhada, à beira-mar.
Ou quando o ser humano evoluir a aponto de confidenciar sentimentos, noite a dentro, sem pressa de nada, para gravar em seu íntimo, cada palavra, cada atenção, cada momento de real presença, enquanto observa, contemplativo, o sol trocando de lugar com a lua.
Após se deter a percorrer com tranquilidade todos esses caminhos, o ser humano estará pronto para soltar as amarras de tanto bem querer.
Nesse momento se apresentará o par perfeito para dançar um bolero, com paixão e gritar, numa só voz:
-Mi vida, te quieto!
Então, os passos de um tango de Gardel cumprirão seu destino: o de aproximar os amantes, no entrelaçar das pernas .
E a fenda do vestido vermelho, da dama misteriosa, descortinará a coxa bem definidas que antecipando a visão da pele nua, mostrará ao amante o jardim das delícias.
KATIA
Email:k.treen2@hotmail.com


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