VISÕES

           VISÕES DE MINHA JANELA

Tenho uma janela encantada

De uma beleza tamanha
É uma janela voltada
Para o mar que me acompanha


Agora escrevo meu enredo
Um barco de papel está no mar
Um cavalinho de brinquedo
E uma criança a brincar


Vejo a praia povoada
De criança, velho e cachorro
E uma garça admirada
E um surfista pedindo socorro


A janela mostra o belo
Descortina montanha e serra
O sol brilhando amarelo
E as conchas afundando na terra


Vejo os namorados abraçados
E um ancião cantando fados
Vejo os bancos da praça pintados
E brinquedos no chão espalhados

É hora da chuva fria

Sinto cheiro de terra molhada

O mendigo está de mão vazia

Sem comida, agasalho, sem nada

A janela inspira os corações

A paisagem leva a pensar

Há no mundo contradições

Nem tudo agrada ao olhar

Não só  natureza inspira

O ser humano é um bem

O mesmo ar que se respira

É o do pobre sem vintém

A inspiração traz a poesia

A canção e o dom da pintura

Mas o dom da empatia

Precisa se inspirar na amargura

Vejo da janela a justiça

Incrível, mas é verdade

Alguém esqueceu a preguiça

Levou ao pobre a solidariedade

A janela nos mostra a paisagem

Um fragmento da natureza

Mas o semelhante é a nossa imagem

Acolhê-lo é mostrar grandeza

Então visite a geriatria

Vá e faça a sua prece

Quem reza com alegria

Aos necessitados enobrece

Leve um livro para ler

À criança do orfanato

Seus conceitos pode rever

E praticar um belo ato

Depois quando a noite vier

Feche a janela à vontade

Crie uma oração qualquer

Seja irmão da humanidade

KATIA

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