A organização das Nações Unidas estabeleceu em 2012 o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade. Essa iniciativa partiu de Butão, um pequeno reino budista dos Himalayas que orienta seu desenvolvimento através da filosofia e da prática de uma felicidade interna. Trata-se de uma tentativa de reconstruir as reflexões espirituais e materiais sobre a felicidade.
A qualidade de vida e o bem-estar são as chaves para se obter a felicidade. As lideranças estão se preocupando em realizar um estudo criterioso a esse respeito. É necessário recuperar os valores cristãos como os de honestidade e justiça. Para o povo butanês a sustentabilidade é um dos princípios essenciais.
Acreditam em alguns outros princípios básicos tais como: a presença de bons governantes, a preocupação com o desenvolvimento sócio-econômico sustentável, a preservação da cultura e a conservação do meio ambiente.
O Butão é um país que tem 80% do seu território coberto por florestas intocadas. E pretende conservá-las e fazer a transição para uma agricultura ecológica e orgânica.
A preocupação do povo butanês está no valor dado ao capital social e humano. Isso implica em multiplicar mentes fortes e os laços cooperativos e o senso de confiabilidade entre os membros da comunidade. Para isso é preciso despertar para nossa condição de participantes de uma vida coletiva nesse planeta. E se preocupar com a ecologia é assumir responsabilidades de um bom cidadão.
A felicidade instantânea deve dar lugar a um contentamento consciente e conquistado. E só será duradouro se for baseado em valores sólidos e em atitudes solidárias.
Nesse momento, onde tantos conflitos e guerras ceifam tantas vidas inocentes, é preciso voltar o pensamento para a natureza e agradecer a ela pelos seus frutos. E nesse sentido, lutar pela sua preservação.
Mas a felicidade é alguma coisa abstrata e sutil.
Para Dalai Lama é um estado da mente e não um acontecimento externo.
Para Sócrates seria algo maior do que a satisfação dos sentidos.
Para Richard Layard deve haver um grau de compaixão para com os demais junto à imparcialidade.
Para Mathier Ricard não se pode crer que seja a materialização do nossos desejos e paixões. Seria uma visão egocêntrica. O importante é vislumbrar o interior e ter uma aspiração legítima muito além dos sentidos.
A leitura multidimensional da felicidade ,com ênfase em valores esquecidos vai contribuir para uma nova busca cujos resultados beneficiem o coletivo.
O povo butanês procura para o seu povo o Bem-estar psicológico, saúde, educação, a cultura, o bom uso do tempo, um bom governo, a diversidade ecológica e um bom padrão de vida.
Mas essa é também uma preocupação global que está tomando vulto. Um processo dinâmico entre as lideranças constituídas e os intelectuais deve levar a bom termo a busca da felicidade e a paz entre os povos em suas relações.
Segundo o poeta Vicente de Carvalho a felicidade está onde a pomos mas nunca a pomos onde nós estamos.
E para o poeta maior Vinícius de Moraes:.....que seja eterna enquanto dure. ( soneto da felicidade )
Que esse dia 20 de março tenha um novo olhar para o semelhante e que um sorriso ilumine as fisionomias. E que ninguém perca a fé nessa hora de transição, onde há mais dificuldades e preocupações com a sobrevivência do que alegrias a comemorar.
Vamos deixar que o sol desponte a cada dia e nos ilumine com seus raios generosos.
E vamos orar a Deus-pai para que lance suas bênçãos a todo o planeta.
E para que devolva a lucidez aos dirigentes da nação, que embora ainda gigante pela própria natureza, não mais ''mãe-gentil''.
KATIA CHIAPPINI
A FELICIDADE NÃO FOI EMBORA,APENAS SE AFASTOU...
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