Aquarela de poesias

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Poesias para você

segunda-feira, 30 de março de 2015

JAIME CAETANO BRAUN; INIMITÁVEL PAYADOR.

                   JAIME CAETANO BRAUN

Em todos os ranchos e taperas, em toda a serra, em todos os campos, em todo o litoral do Rio Grande do Sul, em todas as cidades, Estados do Brasil e além fronteiras, Jaime Caetano Braun tem o seu nome reconhecido e nunca esquecido.
Ele exaltou o panorama riograndense com suas declamações e canções. Foi um repentista de primeira linha e um milongueiro consagrado. Ele soube reviver o homem de chiripá de  botas de garrão de touro. Soube conviver com o peão da estância no seu linguajar pitoresco e quase atrevido. E soube embrenhar-se  nos costumes do pampa gaúcho, decifrar as expressões da linguagem, sorver um bom chimarrão, participar de rodas de churrasco, contando e ouvindo ''causos'' típicos do homem do campo. Em suas rimas ricas e impecáveis, trata de domadores e vaqueiros, das damas e das domas, dos atropelos das campereadas, das rédeas e pelegos e da montaria completa que se incorpora ao cavalo.
Quem conhece a obra desse ser iluminado, se vê divagando sobre o pampa gaúcho, no tinir das esporas a mover o cavalo desbravador.
E a lembrança dos descampados do Continente de São Pedro que remonta às jornadas da Colônia do Sacramento, onde se forjaram os gaúchos de três pátrias, está presente com Jaime Caetano Braun. E nos revela, esse payador, a coragem do gaúcho, vencendo as leis bárbaras de uma natureza crua.
O declamador cultua o passado, fala de nossas lutas e se reporta ao presente para nos sentirmos mais riograndenses. E somente um homem à cavalo poderia ter certas vivências. Além da lida do campo, só à cavalo seria possível se arvorar em  vigia e sentinela dos campos, como foi e continua sendo, o gaúcho típico, o que não se contaminou com a cidade grande e sua loucura.
Jaime Caetano Braun nasceu em São Luiz Gonzaga, Foi inimitável payador dessa terra e um divisor de águas autêntico dos pampas, onde quer que se localizem.
Alguns trabalhos seus, lá pelos idos de 1969 foram lançados em vinil, primeiramente.
Num desses ''bolachões'' temos:
A volta do payador
Milonga para Don Jaime ( solo)
Porque guri não sesteia  ( hora da sesta )
Cordeonita
Chimarrão do sem destino
Identidade
Alumiando as maçanetas( solo)
Último Bochincho
Sapo Rengo ( solo)
Seu Esmerildo
Destaco o poema ''Último Bochincho'' como uma obra prima de Jaime Caetano Braun.
Dessas composições, sete delas são de sua autoria.
E esse L.P.que citei, foi produzido pela Chantecler, com direção artística de Aylton dos Anjos. Jaime Caetano Braun tem algumas de suas notas escritas em  livros e muito de seu trabalho diluído nas noites de galpões, nas reuniões sociais.nos encontros de payadores, nos improvisos espalhados por esses pagos.
Esse artista, orgulho dos pampas, soube se transfigurar num índio inculto e entender a linguagem de evocações lendárias do selvagem pagão, onde se forjavam as leis à facão, nas distâncias intermináveis dos pampas, quando os monarcas, ao ritmo das quatro patas, despontavam, ao esvoaçar das crinas de baguais recém domados.


 Ao realizar essa consulta me deparei com dois modos de grafar o nome desse artista. Encontrei ,então, Jaime Caetano Braum e também, Jayme Caetano Braun.  
Mas isso não interfere na grandiosidade desse vulto que é um orgulho dos pampas e de outras fronteiras que o cultuam. E de outros idiomas.                   


                                            KATIA CHIAPPINI


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