Penso que precisamos dar uma nova chance a nós mesmos.
Se choramos, tivemos raiva, inveja, tristezas, façamos uma limpeza em nossa mente para que ela não se ocupe com esses sentimentos negativos. Para que não nos contamine e não nos tire a beleza da vida. Nada foi em vão. Tudo o que passamos serve de aprendizado, de experiência. E nos faz ver a existência de modo mais amplo e as soluções que se apresentarão a nós com mais clareza.
É preciso sair do esconderijo e buscar a luz para refletir como podemos imitar a intensidade de seu brilho. Quem sabe uma nova chance de emprego nos dará mais prazer? Ou uma nova profissão? Ou novas amizades?
Há grupos de terapia e outros de trabalhos comunitários que agregam pessoas para servir ao semelhante. Há grupos filosóficos e religiosos que nos permitem voltar os olhos para nosso interior em busca do verdadeiro objetivo, do estímulo maior para viver.
Podemos voltar a fazer aulas de dança, pintura, escultura, cerâmica, computação, idiomas, instrumentos, canto coral, técnica vocal.
Há os grupos de viagens que levam os interessados a conhecer os pontos turísticos mais belos do planeta, os países mais desenvolvidos, as cidades históricas com seus museus e bibliotecas. E monumentos que contam os fatos relevantes sobre as conquistas da humanidade e sua importância.
A socialização nos retira da depressão, da solidão. E da inércia e mesmice. Devolve-nos a confiança.
Quando nos isolamos todos se afastam de nossa volta e não nos convidam mais para eventos sociais, ou seja, nos esquecem também. E ninguém vai querer conviver com nosso mau humor e com esse muro de lamentações, o qual nos tornamos.
Convém pensar que direção queremos tomar em nossa vida. Mas se quisermos nova oportunidade precisamos revirar gavetas e armários. Precisamos nos livrar de cartas, fotos, bilhetes,ingressos de cinema, peças de roupa, diários. Porque enquanto estivermos a remexer nas coisas que não nos fazem bem, enquanto esse apego nos aprisionar a alma, nada de melhor vamos vislumbrar a nossa frente.
Precisamos deixar o passado no passado, principalmente os amores.
Porque se não os temos hoje, é razão suficiente para tentar um novo relacionamento, desde que verdadeiro e leal.
Somos criaturas carentes de amor, mas com senso crítico e livre arbítrio para escolher e não ser escolhida.
Se tivermos esperança no amanhã, vamos começar hoje essa mudança de atitude.
Uma nova expectativa será objeto de nossos anseios. E precisamos assimilar os novos rumos que daremos a nossa vida.
E vamos investir num caminho florido, vamos voltar a apreciar o luar,vamos sorrir novamente. E sejamos aquela pessoa que já fomos. Com o riso frouxo e o sentimento de companheirismo. Vamos receber as nossas amizades e dizer o quanto as amamos.
E, principalmente, vamos acreditar no amor que está brincando de se esconder. Ou ele nos encontra ou o encontramos.
E se não fizermos esse esforço em direção ao futuro, nossa vida terá sido um cemitério de palavras e sentimentos perdidos.
KATIA CHIAPPINI
O PASSADO NÃO NOS PERTENCE MAIS...
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