CONFLITOS ÍNTIMOS

  Conflitos
 Mesmo que não seja uma tarefa muito facil, temos que aprender a melhor conviver   com nossos conflitos .Se prendem a nós mesmos, porque, são próprios.  Todos corremos riscos pelo fato de estarmos vivos. Muitas lutas se fazem necessárias para enfrentá-los. Só não podemos optar  por uma escolha perigosa: a de bloquear a nós mesmos. Se isso ocorrer, estaremos transferindo nossas inquietações para fora de nós, em vão: mascarando a realidade e colocando um véu.  Não se justifica viver na imitação da vida, na sombra que projetamos. Nem na entressafra dos ensaios da vida, como se permanecéssemos escrevendo e corrigindo apenas a introdução de um livro, sem coragem de enfrentar o primeiro capítulo. Só quando entendermos a necessidade de abdicar de uma escolha cômoda e confortável, vamos poder erguer os olhos, desvendar a beleza da paisagem e, ao mesmo tempo, pensar: estou vivo. Na balança da vida temos um lado onde se pesam os temores e do outro ,a própria vida, ora com a face da tristeza, ora com a face da alegria. Mesmo que as tristezas sejam muitas e as alegrias poucas, essas últimas, podem ser mais intensas que as primeiras.
Aceitar os desafios é se propor a trilhar, um longo caminho, cuja maratona se agiganta, é pisar leve, mas firme, num terreno sólido, sem previsão de desistência.
Retroceder seria optar por viver como se estivéssemos numa bolha de ar, reclusos, enclausurados numa ilha, compactuando com o próprio isolamento.
Não precisaríamos fazer escolhas porque não seríamos cobrados. Nos contentaríamos em ser meros observadores da natureza fértil que Deus criou, mas estaríamos desistindo de nossa natureza humana: investigável e contraditória. E as marcas do passado, vamos assimilar como parte de uma experiência libertadora e não opressora.
   O que temos ao nosso alcance é o presente. Vivê-lo com coerência e sem atropelos é construir um futuro promissor.
Quando os nossos conflitos internos se transportam para o mundo dos sentidos, em busca do amor, é indispensável colocar o ser amado na mesma sintonia que a nossa. Passamos a dividir  os problemas para somar, depois, as alegrias.
O amor não é gratuito como possa parecer: exige cumplicidade, confiança, respeito, responsabilidade, atenção, presença e ,o estímulo sensorial ,dado pela magia do toque. Mas não se pode perder de vista a necessidade da busca pelos próprios valores, ainda que vivê-los ,signifique enfrentar as justaposições e os confrontos, entre os mesmos, e os demais, impostos pelo grupo social. E ainda ser capaz, mesmo nesse turbilhão de emoções,  de crescer consigo mesmo, conservando a auto-estima. Assim não se perderá a fé na lealdade do ser humano, que depende da crença em si próprio. E quem não crê na humanidade afasta de si os seres amados.
Se não aceitarmos nossas imperfeições, corremos o risco de optar por um nível de exigência insuportável em relação aos que nos cercam, e , no final da existência, a quem iremos recorrer?
A arte de viver é saber a melhor maneira de construir uma base familiar sólida, nosso amparo no futuro, e de onde possamos retirar forças para prosseguir no tempo presente. E não deixar que as tentações do poder nos corrompam, nem promessas vãs feitas nos atalhos da vida. Somos capazes de nos reerguer, altivos e íntegros, mesmo após a pior tempestade. E conservar a alma branca com o mesmo brilho de uma pérola.
Se observarmos a beleza da pérola, vamos perceber que ela resiste aos maremotos e enchentes, permanecendo na concha que a contém.
Talvez esteja à espera de um hábil mergulhador para emergir das águas profundas onde se esconde. Só não nos é possível saber se a pérola permaneceria na concha ou dela se libertaria.
Mas o que cala em nossa memória, é o fato de ter imaginado que a pequena brilhante e nacarada pérola, se despertasse a atenção de um hábil mergulhador, seria, por segundos, imensamente feliz, se num gesto de carinho, ele a surpreendesse, apenas com  um suave e único toque.                                           KÁTIA