Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

LAN -HOUSE

> > Todos sabemos que a Lan-House abriga pessoas que desejam fazer uso do
> > computador.
> > Há jovens que buscam os jogos eletrônicos e adultos a procura de novos
> > relacionamentos.
> > Certa ocasião entrei numa Lan-House, á noite, enquanto estava
> > veraneando, ocupei uma cabine e encontrei a sala dos descasados. Observei
> > que à minha direita se acomodou um senhor simpático e bem vestido. Mas eu
> > teclava com tranquilidade, o homem, demonstrava inquietação e um certo
> > nervosismo. Ele mudava de posição na cadeira, franzia a testa, teclava com
> > vigor, parecendo tenso. Observei que também teclava na sala dos descasados.
> > Os outros ocupantes das cabines conservavam a calma, ouviam músicas, liam
> > poemas, faziam consultas e procuravam pelos noticiários nacionais e
> > internacionais. Eu já aprendera a teclar com cautela e selecionava as
> > pessoas que iriam teclar comigo. Estava na praia e à noite o movimento era
> > considerável em todos os locais.
> > As pessoas se encontravam na praça central para ouvir música, assistir
> > apresentações de números circenses, apreciar os caricaturistas e
> > demonstrações de artes marciais. Após sentar um pouco no banco da praça eu
> > me dirigia para a Lan-house e teclava um pouco para ter uma sadia distração.
> > Mas como estava dizendo, meu companheiro de cabine vizinha estava
> > demonstrando sua contrariedade, embora não abandonasse o computador.
> > Era curioso observar o homem gastar seu dinheiro para se estressar,
> > transformando um momento de distração em puro sofrimento. Quem fixasse os
> > olhos nele poderia observar que esbravejava, falava asneiras e se
> > descontrolava no tom de voz. Em dado momento colocou um chiclet na boca e
> > procurou no bolso um lenço com o qual secou o suor do rosto e das mãos.
> > Haviam vinte cabines no local e só na desse homem se observava essa
> > situação insólita. Como eu estava sentada na cabine do lado comecei a me
> > sentir perturbada com o arrastar da cadeira, com a raiva diasfarçada, a
> > gesticulação e os movimentos nervosos do meu vizinho temporário. Em dado
> > momento não podendo conter a vontade de interferir, arrisquei:
> > -Se o senhor não encontrou o que procura porque perde seu precioso tempo e
> > seu dinheiro?
> > -Certo, acho que vou desistir.
> > -Mas se tomássemos um copo de cerveja para relaxar?
> > Ao ouvir essas palavras o homem mudou a expressão do olhar e sorriu:
> > Falou ele:
> > -Vou aceitar o convite: na sua casa ou na minha?
> > -No bar da Lan-house.
> > -Mas..
> > -É isso e se não quiser estou indo embora.
> > Ao ouvir essas palavras, o homem apertou minha mão entre as dele, olhou-me
> > com carinho e disse:
> > -Nem bebo cerveja e nem me importaria se não gostasse do bar aqui da Lan
> > -House.
> > -Algo mais importa? perguntei
> > -Conhecer e estar com você hoje. Posso me tornar um amigo especial e talvez
> > mais que isso. Basta que o tempo ou o destino estejam a nosso favor.
> > Ao ouvir isso pensei que ainda poderia ser feliz se um anjo celestial
> > estivesse atento e nos acolhesse sob seus braços, um de cada lado.
> > Bastaria que os braços angelicais se fechassem para aproximar nossos corpos.
> > E depois de um abraço que enlaça até a as almas, viria um abençoado cansaço
> > e a possibilidade de um renascer menos solitário.
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> >
> > KATIA  / CASA DO POETA> >

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