Cante toda a bicharada
Cante o galo com displicência
Cante a choca e a pintalhada
E brilhe o sol de minha querência
Nessa minha cantoria
Vou á família louvar
Com rima , com euforia
Quero vovó homenagear
Cresci junto a meus parentes
Na casa de minha avó
Quando criança ou adolescente
Corria artrás da carijó
Grande como um hotel
Era parada obrigatória
Ambrosia, pudim, bolo de mel
Fizeram parte dessa história
Nas férias era a reunião
Vínhamos de todos os cantos
Vovó ficava de prontidão
E nos envolvia com o acalanto
Tínhamos toda a regalia
A mesa era bem servida
Vovó só exigia disciplina
Com voz firme e decidida
Meus primos adultos-boêmios-
Vovó acordava para refeição
Ela era nosso melhor prêmio
O sono ficava pra depois
Da estãncia vinha a costela
Da chácara, doces em conservas
Na mesa a carne de panela
Exalava o perfume das ervas
Vinham guascas de campanha
E da serra, bem ligeiro
Vinham sem fazer manha
Atraídos pelo cheiro
Vovô era privilegiado
Sempre digno de atenções
Seu lugar à mesa era sagrado
E a pimenta era parte das refeições
A casa era abençoada
Acolheu quem nela se alojou
Vovó sempre foi amada
Ninguém a decepcionou
Visitei-a quando enviuvou
E ela se pôs a chorar
Ao ver-me de vovô recordou:
- Fazíamos serão para conversar
Morreu pelos filhos cercada
Nem precisou solicitar
Na cadeira de balanço sentada
Ficava com o rosário a dedilhar
A casa tinha seus encantos:
Um porão, um fogão à lenha
O lampeão, a clarabóia e tantos
Outros mistérios a dizer: venha
Fomos, vovó, sua sentinela
Foste nosso chão, nossa alegria
Hoje quando te acendo uma vela
Procuro sorrir como me sorrias
KATIA
Email:k.treen2@hotmail.com
a casa de minha avó,carinho de minha infãncia. Saudade dos primos !
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