Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

MAYSA; CANTORA INTIMISTA.

                               MAYSA

Maysa notabilizou-se como cantora ,compositora e atriz.
Nasceu em 1936 em São Paulo e faleceu em 1977 no Rio de Janeiro.
Era neta do Barão de Monjardim. presidente da Província do Espírito Santo, por cinco vezes.
Casou-se aos 18 anos com o empresário André Matarazzo .Gravou um único disco e após esse lançamento fez enorme sucesso e passou a ser convidada para fazer várias apresentações. Após sua separação teve vários relacionamentos. Um deles foi com Ronaldo Bôscoli, ligado à bossa nova. Outro foi com o maestro Julio Medaglia, quando esteve em Buenos Aires.
Na década de 1970 entrou em depressão e vivia isolada em sua casa.
Na mesma tarde do casamento de seu filho sofreu um acidente de automóvel e veio a falecer, em 1977.
Maysa cantava samba-canção, bossa nova, MPB, música francesa.
Foi contemporânea de Dolores Duram. Maysa compôs 30 músicas numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade.
Sua interpretação era personalista, singular em voz e expressão, sendo considerada a maior cantora da música intimista.
Um de seus momentos memoráveis se deu ao interpretar ''Chão de Estrelas''( Silvio Caldas e Orestes Barbosa) e de ''Ne me quites pas'' (de Edth Piaf ) famosa cantora francesa.
Seus principais sucessos foram: Ouça- Meu mundo caiu-Tarde triste- Resposta- Adeus- Felicidade infeliz- todas essas de sua autoria.
Outras canções: Se todos fossem iguais a você- Eu sei que vou te amar- Bronzes e Cristais- O barquinho- Alguém me disse- Felicidade- Manhã de Carnaval- Bloco da solidão.
Maysa é uma voz íntima, que se ouve na cama, uma voz que enternece, que sabe dizer, que toca, que emociona e envolve.
Ela tem voz de acalanto, ternura, sentimento, mágoa, tristeza e vida.
Ela aprendeu a ser triste enquanto transmitia alegria, enquanto sua alma sangrava.Tinha domínio da voz e se empenhava em cantar com estilo próprio, cheio de intensas vibrações como eram as vibrações de sua vida emocional e afetiva. Ela sabia provocar riso, choro, admiração, carícia, saudade. E como se fosse uma dose de bebida em todos os copos, como se fosse o mistério dos mistérios.
Ao entardecer, você pode ouvir uma canção de Maysa, em sua cadeira de balanço ou na rede da sua varanda. E vai se envolver com a letra sofrida, o amor perdido e a música dolente em tom de lamúria saudosa e sentida. 


KATIA CHIAPPINI





Em todos os ranchos e taperas, em toda a serra, em todos os campos, em todo o litoral do Rio Grande do Sul, em todas as cidades, Estados do Brasil e além fronteiras, Jaime Caetano Braun tem o seu nome reconhecido e nunca esquecido.
Ele exaltou o panorama riograndense com suas declamações e canções. Foi um repentista de primeira linha e um milongueiro consagrado. Ele soube reviver o homem de chiripá de  botas de garrão de touro. Soube conviver com o peão da estância no seu linguajar pitoresco e quase atrevido. E soube embrenhar-se  nos costumes do pampa gaúcho, decifrar as expressões da linguagem, sorver um bom chimarrão, participar de rodas de churrasco, contando e ouvindo ''causos'' típicos do homem do campo. Em suas rimas ricas e impecáveis, trata de domadores e vaqueiros, das damas e das domas, dos atropelos das campereadas, das rédeas e pelegos e da montaria completa que se incorpora ao cavalo.
Quem conhece a obra desse ser iluminado, se vê divagando sobre o pampa gaúcho, no tinir das esporas a mover o cavalo desbravador.
E a lembrança dos descampados do Continente de São Pedro que remonta às jornadas da Colônia do Sacramento, onde se forjaram os gaúchos de três pátrias, está presente com Jaime Caetano Braun. E nos revela, esse payador, a coragem do gaúcho, vencendo as leis bárbaras de uma natureza crua.
O declamador cultua o passado, fala de nossas lutas e se reporta ao presente para nos sentirmos mais riograndenses. E somente um homem à cavalo poderia ter certas vivências. Além da lida do campo, só à cavalo seria possível se arvorar em  vigia e sentinela dos campos, como foi e continua sendo, o gaúcho típico, o que não se contaminou com a cidade grande e sua loucura.
Jaime Caetano Braun nasceu em São Luiz Gonzaga, Foi inimitável payador dessa terra e um divisor de águas autêntico dos pampas, onde quer que se localizem.
Alguns trabalhos seus, lá pelos idos de 1969 foram lançados em vinil, primeiramente.
Num desses ''bolachões'' temos:
A volta do payador
Milonga para Don Jaime ( solo)
Porque guri não sesteia  ( hora da sesta )
Cordeonita
Chimarrão do sem destino
Identidade
Alumiando as maçanetas( solo)
Último Bochincho
Sapo Rengo ( solo)
Seu Esmerildo
Destaco o poema ''Último Bochincho'' como uma obra prima de Jaime Caetano Braun.
Dessas composições, sete delas são de sua autoria.
E esse L.P.que citei, foi produzido pela Chantecler, com direção artística de Aylton dos Anjos. Jaime Caetano Braun tem algumas de suas notas escritas em  livros e muito de seu trabalho diluído nas noites de galpões, nas reuniões sociais.nos encontros de payadores, nos improvisos espalhados por esses pagos.
Esse artista, orgulho dos pampas, soube se transfigurar num índio inculto e entender a linguagem de evocações lendárias do selvagem pagão, onde se forjavam as leis à facão, nas distâncias intermináveis dos pampas, quando os monarcas, ao ritmo das quatro patas, despontavam, ao esvoaçar das crinas de baguais recém domados.


 Ao realizar essa consulta me deparei com dois modos de grafar o nome desse artista. Encontrei ,então, Jaime Caetano Braum e também, Jayme Caetano Braun.  
Mas isso não interfere na grandiosidade desse vulto que é um orgulho dos pampas e de outras fronteiras que o cultuam. E de outros idiomas.                   


                                            KATIA CHIAPPINI

           



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