Aquarela de poesias

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Poesias para você

domingo, 4 de abril de 2021

A PARTIDA

 A PARTIDA


A PARTIDA
Quem abandona o banco da praça é
porque não tem a quem esperar!
KATIA
A partida é sempre um momento dolorido: seja do amor, seja do ente querido, quando do último suspiro.
Partidas e despedidas são instantes de tristeza, de desconforto e de perdas, algumas vezes.
Se houve um querer sincero porque se transformou em inverdade e dobrou a esquina quando menos esperávamos?
E os dias que passamos cultivando esses laços? E as delicadezas que tivemos e a dedicação?
Tudo parece ruir sem deixar rastros. E esses gestos de ternura são esquecidos e desvirtuados.
Resta a sensação do abandono, da ilusão, do sonho ainda nem acalentado e sem tempo de existir plenamente.
Um até breve, outro até logo, depois tchau. E finalmente, o adeus definitivo e cortante, como um punhal no peito.
E alguns vão de mansinho, sem anunciar, sem justificativa e sem piedade. E sem terem sido sinceros ao partir e antes de se aventurar em outras buscas e afetos.
Adeus aos apelos íntimos, às conversas, aos desabafos. Nem a amizade resta porque, frágil, se desfaz.
A dor fere mas a saudade não se despede. Pelo menos a saudade é uma prova de que houve envolvimento. Só quem ama tem saudade. E quem ama vive e tem esperança de amar novamente, passado o grande golpe que tirou o chão, que desmantelou as estruturas dos sentimentos mais verdadeiros.
Na alma ecoa um sino sussurrando que a vida está nos esperando e o espelho revela que estamos nos movendo, que não viramos estátua, nem congelamos a energia vital que nos move e impulsiona para frente. Para tomar as rédeas de nossa existência com pulso firme e galhardia, precisamos ter a exata noção do que já conquistamos, para não jogar por água abaixo todo o nosso empenho em bem viver. E tudo o que conseguimos é parte de nossas vidas, de nosso esforço diário e de tantos sacrifícios.
As circunstâncias se sucedem sem previsibilidade .Em dado momento, há uma rotação na esfera dos sentimentos. E precisamos manter a fé e a esperança para prosseguir de cabeça erguida. E não pensar em sucumbir ou enveredar por caminhos escusos que não são os nossos.
Negar-se a viver é deixar que as intempéries vençam a nossa resistência.
Negar-se a viver é deixar emudecer a vez e a voz. Mas a voz é nosso grito de alerta, o grito de defesa e a possibilidade de dizer a todas as pessoas, com convicção:
- Hei de vencer!
O MAR QUANDO QUEBRA NA PRAIA É BONITO, É BONITO...
Sua bênção, Dorival, o cantador dos mares, que na partida levou o seu violão porque a canção não pode parar!
KATIA CHIAPPINI
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Jussara Mabele, Neiva Chiappini de Ubal e outras 2 pessoas
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