Aquarela de poesias

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Poesias para você

terça-feira, 6 de abril de 2021

DEIXEM-SE AJUDAR!

DEIXEM-SE AJUDAR


 DEIXEM-SE AJUDAR

- Como se atreve a me sugerir um psiquiatra, se eu nem estou louca?
Essa frase foi pronunciada, com certa contrariedade, por uma adolescente que parecia estar com sintomas depressivos, ao falar com sua mãe.
Tenho percebido que as pessoas perturbadas não se enxergam nessa situação e custam a admitir a necessidade de buscar ajuda. Não percebem a extensão de seus males e as proporções que podem tomar, se nada se fizer a esse respeito.
A tendência é buscar o isolamento com crises de choro. Depois de um tempo nem fazem questão de tomar seu banho diário e preferem ficar no quarto escuro e consigo mesmas. Mas, não se trata de uma solidão consciente, e sim, de um sintoma de depressão e tristeza a se instalar, gradativamente. Alimentam-se mal e dormem em demasia. Ficam irritadiças se chamadas à ordem e à racionalidade.
A personalidade toma tons de cinza escuro e nada mais desperta interesse para as pessoas que se deixam permanecer nesse quadro preocupante e que sinaliza algo a fazer.
Todos podemos ter dias de ansiedade, de insatisfações, preocupações ou tristezas provenientes de problemas e conflitos, ainda sem solução.
Mas o estado depressivo anuncia mudança de comportamento e estranheza.
A pessoa se desliga de si mesma e passa a não cumprir seus compromissos para, logo após, abandoná-los. Ela acorda e dorme como se não visse a vida passar. E se aliena de tudo e de todos.
Conheci uma família de promotores e juízes que descobriram a filha, universitária, atirada na cama e já morta por overdose.
E na missa de sétimo dia, os gritos de pais e irmãos eram cortantes e o desespero se instalou na cerimônia, de tal forma, que o padre solicitou silêncio para poder concluir os trabalhos. Certamente, essa moça sentiu aquela dor no peito que não cessa e que a fez agir com extremos. Porque dizem que o suicida não tem medo do que vai fazer .Ele não suporta essa dor interior e profunda que não o deixa se sentir gente, que não lhe dá paz. Que, em verdade, rouba-lhe a paz e a razão de viver. E a vergonha de falar aos pais, a falta de coragem, aumenta a dor implacável. Essa dor que nem cabe mais no peito e que precisa parar em definitivo.
Por isso, buscar ajuda, é uma tentativa dos familiares para readaptar essa pessoa aos padrões da normalidade e a si mesma. Se não for recuperada a auto-estima, a pessoa não sairá dessa situação de risco.
Mas é preciso que a pessoa queira se ajudar, se deixar ajudar.
Podemos recorrer aos profissionais da área, tais como, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ou buscar clínicas especializadas.
Os profissionais estão preparados para ouvir seus pacientes por longos períodos. E costumam opinar depois, sem pressa, medindo as palavras e tentando obter a confiança da clientela.
Eles sabem levar ao desabafo e criar um clima tranquilo para que a sessão se desenvolva da melhor maneira.
É preciso traçar um diagnóstico que justifique os procedimentos a tomar.
Psicólogos conversam e interagem sem uso de medicamentos.
Psiquiatras receitam medicamentos, além de ouvir os pacientes.
São previstas as trocas de dosagem, ou de medicamentos, o retorno para acompanhamento. E a atenta observação para definir a melhora do quadro inicial.
Precisamos entender que não se trata de loucura, não se trata de rotular nada e ninguém. Trata-se de atender um problema de comportamento e determinar se é neurológico, psicológico ou químico, ou um somatório de circunstâncias a merecer um estudo de profissionais
da área.
O que precisa ficar claro é que essa ajuda é fundamental para que uma inicial depressão não evolua para um possível suicídio.
Uma mente confusa, uma personalidade retraída, a falta de coragem para solicitar ajuda, podem levar o cidadão a pensar em tirar a própria vida.
Sem falar em homens e mulheres que não conseguem consumar o ato e ficam com problemas e sequelas irreversíveis, o que os leva a ter uma vida vegetativa, nos casos mais críticos.
Precisamos estar atentos a esses fatos para ajudar nossos familiares, amigos e semelhantes.
Precisamos lembrar que há uma força interior que nos impulsiona para frente, que nos remete ao Criador, pois temos a centelha divina.
Precisamos aceitar ajuda sem reclamações, sem agressividade. E depositar confiança em quem nos ama e se propõe a interagir.
Estamos muito longe da perfeição e soltos numa selva de pedra que nos massifica e nos ignora como seres humanos.
Estamos sujeitos às intempéries, às vicissitudes, às circunstâncias ao nosso redor, aos nossos atos, nem sempre corretos.
E nosso íntimo reclama e nos impele à explosões vulcânicas que precisam ser contornadas, com urgência.
Precisamos rezar, ter fé e esperança.
Precisamos uns dos outros porque não somos ilhas no meio do oceano.
Se a prática do bem for a nossa premissa primordial, Deus nos confortará e nos mostrará o caminho a trilhar.
E esse novo caminho é o mesmo que as pessoas que nos amam querem para nós.
Deixem-se ajudar todos os homens de boa vontade!
E seria gratificante tentar alimentar corpo e alma.
Desenvolver uma atividade artística amplia nossa percepção, cria um novo vínculo com a espiritualidade, dá sentido à vida.
Harmonizar corpo e espírito é cuidar da saúde e do bem-estar.
E, em última análise, é cuidar da felicidade!
KATIA CHIAPPINI
Pode ser uma imagem de 2 pessoas e pessoas sorrindo
Carmem Marisa, Jussara Mabele e outras 2 pessoas
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